
Jorge Daniel Riera
(RIERA, J. D.)
Jorge D. Riera nasceu em agosto 1938, em San Miguel de Tucumán, no noroeste de Argentina, filho primogênito de Juan Riera e Elena Jiménez Brú. Seus pais foram membros de famílias espanhola e francesa, respectivamente, chegadas à Argentina durante o século XIX. Após completar em Tucumán o segundo grau, Riera foi admitido na Faculdade de Engenharia da Universidade Nacional (UNT), também situada na sua cidade natal, na qual obteve o título de Engenheiro Civil em 1963. Antes de terminar seus estudos de graduação na UNT, Riera ganhou uma bolsa do Instituto de Educação Internacional para estudar na prestigiosa Universidade de Princeton, durante o ano acadêmico de 1960-61, permanecendo lá até o segundo semestre de 1962. Neste período, Riera teve a oportunidade de estudar com autoridades internacionalmente reconhecidas da área de Matemática, Mecânica dos Solos e da Engenharia Estrutural, como Gregory Tschebotariof e Hans F. Winterkorn, com quem trabalhou como Assistente de Laboratório, bem como David P. Billington, que seria mais tarde seu orientador de doutorado. Após retornar a Tucumán, onde recebeu o grau de Engenheiro Civil em 1963, Riera foi convidado pelo Prof. Arturo Guzmán, um dos três redatores das Normas Argentinas de concreto armado de 1962, para ingressar na Universidade de Tucumán, na função de assistente de pesquisa. Nessas circunstâncias, conjuntamente com Rodolfo Danesi, Juan Carlos Reimundin e Ramón González Saleme, Riera participou da criação do Laboratório de Estruturas da UNT, hoje um importante centro de estudos de pós-graduação, pesquisa e desenvolvimento em Mecânica Estrutural, chefiado por R. Danesi. Em 1964, Riera casou com Maria Rosa Migliavacca, retornando a Princeton, com uma bolsa de estudos da Fundação Ford, como candidato ao doutorado, sob orientação de David P. Billington. Apesar de discutir na tese doutoral problemas relacionados com a análise de cascas de concreto armado submetidas a cargas estáticas, Riera dedicou em Princeton considerável esforço à Mecânica Experimental, com R. Mark, e a Dinâmica de Estruturas, com D. Billington y A. Cakmak, áreas que constituiriam os seus principais campos de interesse nos anos seguintes. Além de uma valiosíssima introdução à pequisa, Riera recebeu nos anos de Princeton, dois presentes preciosos: suas duas primeiras filhas Maria Alexandra e Gabriela, nascidas em 1965 e 1967. Depois da defesa da sua tese de doutorado, a família Riera mudou-se para Reading, Pa, onde ele tinha aceito um cargo de Engenheiro de Pesquisa com Gilbert Associates, Inc. (GAI), uma firma consultora de grande porte na área de geração de energia nuclear. Imediatamente, Riera ficou envolvido com problemas especiais encontrados em centrais nucleares projetadas por GAI nos EUA e Japão, sendo logo responsável pelo projeto sismo-resistente das centrais japonesas da empresa. Trabalhando conjuntamente com D. Croneberger e K. Nodland, Riera projetou, a seguir, o reforço das aberturas no edifício de contenção da Central Nuclear R. Ginna nos EUA, na qual foi empregado, possivelmente pela primeira vez, um modelo de elementos finitos para a análise de uma casca de concreto fissurada. Em 1970, Riera aceitou uma proposta da UNT para ingressar no seu corpo docente como professor associado, retomando atividades acadêmicas na Argentina no início de 1971. Nessa época, a pesquisa realizada conjuntamente com Danesi e Reimundin e posteriormente também com Roberto Cudmani, esteve dirigida principalmente a problemas de engenharia sísmica, assim como a tópicos relacionados com o comportamento não-linear de treliças espaciais. Durante dois anos, na ausência de R. Danesi, teve a seu cargo a chefia do Laboratório de Estruturas da UNT, estabelecendo uma estreita colaboração com a UFRGS em Porto Alegre, onde iniciava suas atividades em um dos primeiros cursos de pós-graduação em Mecânica Estrutural da América do Sul, o CPGEC, forte concorrente da PUC e COPPE de Rio de Janeiro, hoje também centros de excelência na área. Riera ministrava um curso de Instabilidade Estrutural em Porto Alegre, quando em outubro de 1971 nascia em Tucumán sua filha menor, Ana Lia. Intranqüilidade política nas universidades argentinas, que dificultavam seriamente as atividades de pesquisa, induziram Riera a aceitar em 1976 um convite anterior para ingressar na UFRGS como professor visitante. O túnel de vento de capa limite construído na UFRGS entrava em operações nesse ano, o que facilitou uma frutífera colaboração na área de Engenharia do Vento com o Prof. Joaquim Blessmann. Riera participou também na formação de recursos humanos dentro do denominado Programa Nuclear Brasileiro, iniciado com a construção da Central Nuclear Angra 2 no Rio de Janeiro, atuando como consultor da CNEN em conexão com risco sísmico e outros tópicos de projeto. Ditas atividades levaram também a esforços conjuntos no campo da Confiabilidade Estrutural com G.I. Schuëller, então na Universidade de Munique, Alemanha, na qual Riera trabalhou na primavera de 1980. Posteriormente, no inverno de 1989, após a transferência de Schuëller para a Universidade de Innsbruck, na Áustria, na qual seria Diretor do Instituto de Mecânica (IfM), Riera atuou como professor visitante no IfM, tendo assim a oportunidade de acompanhar uma fase do trabalho de seus ex-alunos, Ruy C.R. de Menezes e Marcelo M. Rocha, então candidatos ao doutorado no IfM. Em 1992 Riera passou a integrar o Comitê Científico de IASSAR, a Associação Internacional de Segurança e Confiabilidade Estrutural, a qual organiza uma conferência internacional sobre o tema a cada quatro anos (ICOSSAR) em centros de excelência na área. Em relação à consolidação da confiabilidade como campo de atuação do CPGEC, os esforços citados não ficaram sem recompensa: em 1990, Menezes e Rocha ingressavam na UFRGS como os mais novos membros do recentemente criado Laboratório de Dinâmica Estrutural e Confiabilidade (LDEC). Como conseqüência do seu envolvimento em problemas de vibrações e risco em Centrais Nucleares, Riera participou da Conferência Internacional sobre Mecânica Estrutural na Tecnologia de Reatores (SMiRT) , o mais importante evento científico sobre esse tema no mundo, a partir da sua quarta edição, realizada em San Francisco, EUA, em 1975. Ele atuou como Coordenador de Divisão, de 1987 até 1993, sendo eleito Vice-Presidente da Associação Internacional responsável (IASMiRT) e Presidente de SMiRT 13, Porto Alegre, Brasil, em conferência realizada pela primeira vez no hemisfério sul. De acordo com os estatutos de IASMiRT, Riera desempenhou o cargo de Presidente de 1993 até 1995.