Ivano Gebhardt Rolf Gutz

Ivano G. R. Gutz, filho de Rolf Gutz e Érica Ruth Neu Gutz, nasceu em 1951 em Blumenau, SC, onde foi músico e professor de tecnologia, tirou o brevê e, atraído pela eletrônica e pela química e aspirando ser cientista, decidiu-se pela última por influência das marcantes aulas práticas e projetos de química de prof. João Alfredo Medeiros no colégio. Sua iniciação científica (com bolsa FAPESP) deu-se com os Profs. Manuel Molina e Cristo Mélios na FFCL de Araraquara (atual IQ-UNESP) durante o bacharelado em química. No doutorado foi orientado pelo Prof. Eduardo Neves, no Instituto de Química da Universidade de São Paulo, instituição em que veio a fazer carreira, de Auxiliar de Ensino (1978) a Professor Titular (1992). Foi pioneiro no país na implantação e aplicação de técnicas eletroquímicas rápidas com aquisição digital de dados. Sua tese de livre-docência (1985) trouxe para a química analítica, avanços decorrentes de inovações na combinação da automação com a quimiometria. Com seu grupo de pesquisas, criou, inventou e desenvolveu métodos, técnicas, eletrodos, células eletroquímicas e espectroeletroquímicas, sistemas em fluxo, microfluídicos e hifenados, circuitos e softwares e os aplicou à análise de traços, estudos de equilíbrio de complexos ternários e sua difusão e adsorção, inibição de corrosão, processos catalíticos, pré-concentração e tratamento de amostras on-line. Retornando em 1987 de pós-doutorado em química analítica ambiental com o Prof. Dieter Klockow, Universidade de Dortmund, Alemanha, passou a pesquisar também a acidificação da atmosfera em São Paulo e processos químicos relacionados. Orientou três dezenas de teses e dissertações, co-orientou várias, supervisionou três pós-doutorandos e teve duas dezenas de estudantes de Iniciação Científica. Até o final de 2008, atendeu a mais de cem convites para discorrer sobre suas pesquisas em congressos e instituições, inclusive plenárias e keynote lectures no exterior, e publicou uma centena de artigos completos (em sua maioria, indexados) e três capítulos de livros. Sua contribuição mais conhecida é o programa CurTiPot, com mais de cinquenta mil cópias distribuídas numa centena de países.
Membro do Editorial Board do periódico Electrochemistry Communications e, anteriormente, da Talanta, Anais da ABQ e Química Nova, serviu como revisor de vinte periódicos e assessorou 14 fundações e agências de fomento à pesquisa. Presidiu ou compôs uma centena de comissões institucionais e de organização de congressos, órgãos colegiados, grupos de trabalho e diretorias de sociedades científicas, inclusive: representante brasileiro na Commission on Electroanalytical Chemistry da International Union of Pure and Applied Chemistry (4 biênios); chefe do Departamento de Química Fundamental do IQ-USP (dois mandatos); coordenação da pós-graduação em Química Analítica; coordenação da Comissão USP de Mudanças Globais do Instituto de Estudos Avançados da USP, tendo organizado, em conjunto com a Academia Brasileira de Ciências, a 1ª “Regional Conference on Global Change”; liderança da criação da AllChemy que, em 1995, foi o primeiro site abrangente de química no país; coordenação, desde 1997, da equipe de 40 professores doutores responsável pela Olimpíada de Química no Estado de São Paulo, via de acesso às olimpíadas Brasileira e Internacional.