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Ciências Biomédicas | MEMBRO CORRESPONDENTE

Hervé Michel Chneiweiss

(CHNEIWEISS, H.)

14/08/1957
Francesa
04/05/2010

Como residente em neurologia estudei os movimentos anormais, tais como problemas de marcha e discinesia na doença de Parkinson (Professor Y. AGID). Em seguida, participei da criação, em 1990, da Neurogenética Médica no hospital de La Salpétrière, em Paris, com A. Brice, e eu me encarreguei da ataxia cerebelar autossômica dominante (SCA). Contribuí para a identificação de sete desses defeitos dos quais 25 estão atualmente identificados. Após um intervalo de dois anos como funcionário civil do governo francês (assessor do Ministro de Pesquisa para as ciências da vida, saúde, bioética e biotecnologia), eu voltei à minha clínica para tumores cerebrais, gliomas, neuro-oncologia (Professor J. Y. Delattre). Durante a minha tese (Professor J. Glowinski, Collège de France), demonstrei, pela primeira vez, a presença, funcionalidade e diversidade do adenilato ciclase juntamente com amina e receptores de neurotransmissores peptídeos em astrócitos, demonstrando seu papel de comunicar as células do sistema nervoso central e sua heterogeneidade. Meu pós-doc (Dr. A. Sobel, Inst. Fer à Moulin, Paris) foi orientado para a transdução de sinais intracelulares. Caracterizei as fosfoproteínas envolvidas na sinalização neuronal, incluindo Stathmin, uma pequena fosfoproteína com microtúbulos associados, modulado pela PKA, ERK1/2 e CDK2 cinases, que aumenta a instabilidade dos microtúbulos. Liderando a minha própria equipe desde 1991 (Collège de France 1991-2006; Hôpital Sainte Anne, Centro de Psiquiatria e Neurociências, desde 2007), primeiro me concentrei em fosfoproteínas enriquecidas em astrócitos. Caracterizamos PEA-15, um substrato reduzido de PKC e CaMKII, que protegem os astrócitos de apoptose. Em seguida, caracterizamos cinco dos sete parceiros moleculares conhecidos (FADD, Caspase 8, PLD1 & 2, ERK1/2, Omi/Htra2, RSK2). Nós demonstramos que a PEA-15 evita acumulação de ERK1/2 no núcleo e inibe a entrada no ciclo celular. PEA-15 também inibe a migração de células. Assim PEA-15 funciona como uma chave tripla no controle da apoptose e da proliferação e migração celular. Isso nos levou a investigar mais adequadamente os gliomas. Nós demonstramos que a exposição em longo prazo para TGFalpha, um fator de crescimento exagerado em gliomas, diferenciava astrócitos em progenitores funcionais e os tornavam permissivos para a transformação. Nós caracterizamos células-tronco tumorais em gliomas de pacientes adultos e pediátricos e, agora, usamos essas células para entender a diferença com as células-tronco neurais normais e desenvolver novas estratégias terapêuticas contra GPCRs ou EGFR. Começando com o meu envolvimento na neurogenética (1990), participei da revisão da lei de bioética francesa (2000-2004), contribuí com um livro sobre questões éticas de células-tronco embrionárias e clonagem (2003). Concentrei-me em neuroética em outro livro (2006). Recentemente contribuí com capítulos de livros sobre a clonagem humana, o status do embrião, eugenismo e desempenho cognitivo. Sou membro do comitê de ética do Inserm. Sempre estive envolvido na política francesa de investigação científica, começando com a situação de jovens cientistas (1986-1988) até posições mais recentes como membro do conselho científico do instituto do Parlamento francês de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (2004-2011, Conseil Scientifique de lOffice Parlementaire dEvaluation des Choix Scientifiques et Techniques (OPECST), do conselho do comitê de interface entre os órgãos de investigação acadêmica e da indústria farmacêutica (LEEM-Recherche, 2005-2010). Também participei de várias comissões de avaliação na França e em Quebec, no Canadá, e mais recentemente como perito para a associação nacional contra o câncer (Membro da Commission Scientifique Biologie Cellulaire Nationale de lArc 2009-2014) e especialista em Biologia/Saúde COST (Bruxelles, Comissão Europeia 2009-2011). Finalmente, publiquei todos os meus principais resultados científicos em inglês, mas considero uma necessidade manter o pensamento da pesquisa biomédica em francês, ou que qualquer outro país deva manter textos para os cientistas, na sua língua materna. É por isso que me juntei ao professor Axel Khan, em 1996, na editoria da principal revista biomédica internacional, em francês, Médecine/Sciences, e sou atualmente editor-chefe dessa revista (2006-2011). Tenho também desenvolvido com o professor Vivaldo Moura-Neto (UFRJ), uma forte amizade e colaboração que me deu a grande oportunidade de visitar o Brasil em uma base regular a partir de 1992 até hoje. Isso me deu a oportunidade para receber até agora cinco estudantes por ano, um professor adjunto, e por período mais curto (1 a 6 meses) 5 outros professores brasileiros. Organizamos também com o professor Moura-Neto, dois congressos franco-brasileiros sobre tumores cerebrais (1994 e 2004).