Celso Lafer

O professor Celso Lafer, nascido em São Paulo, em 1941, tem o grande mérito de percorrer, com igual proficiência e brilho, várias áreas das ciências humanas, ligadas ao campo do direito internacional público, da ciência política e da teoria geral do estado. Isto, sem se falar de suas incursões no terreno literário, de que é exemplo o livro Gil Vicente e Camões (1978). Tem obras publicadas em inglês, espanhol, italiano e alemão. Graduou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 1964 e, tendo percorrido os diferentes graus da carreira docente, tornou-se professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da referida Faculdade, em 1988. Obteve o Ph.D. em Ciência Política na Universidade de Cornell, Estados Unidos, em 1970, e a livre-docência em Direito Internacional Público pela Faculdade de Direito da USP, em 1977. Dentre suas inúmeras participações no campo intelectual, destaca-se a co-edição, com Gilberto Dupas, da revista Política Externa, publicação mantida regularmente ao longo dos anos, de excelente qualidade. Lecionando na USP desde 1971, foi chefe do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito (1992-1995) e presidente do Conselho de Administração da Metal Leve S/A. Indústria e Comércio (1993-1995), conselho que integrou desde 1971 e do qual foi vice-presidente. É importante destacar que, mantendo suas atividades docentes e intelectuais, o professor Celso Lafer dedicou-se também à vida pública, tendo sido Ministro de Estado das Relações Exteriores em 1992 e em 2001-2002, e Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em 1999. De 1995 a 1998 foi embaixador, chefe da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra. Em 1996, foi o presidente do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial Comércio e, em 1997, foi presidente do Conselho Geral da referida organização. Presidiu, na OMC, em 1998, o panel Índia – quantitative restrictions on imports of agricultural, textiles and industrial products. É presidente do Conselho Deliberativo do Museu Lasar Segall e do Conselho Jurídico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Desde 2002, é membro da Corte Permanente de Arbitragem Internacional de Haia. Doutor Honoris Causa da Universidade de Buenos Aires (2001) e da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina (2002), e recebeu, em 2001, o Prêmio Moinho Santista na área de Relações Internacionais. As indicações de suas principais obras revelam méritos do cientista político, presentes, por exemplo, em JK e o programa de metas (1956-1961), a qualidade das reflexões como pensador (Desafios – ética e política), assim como no campo das relações internacionais e dos direitos humanos.