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Ciências Biomédicas | MEMBRO TITULAR

Carlos Frederico Martins Menck

(MENCK, C. F. M.)

01/12/1956
Brasileira
08/06/2005

Nasceu em São Paulo, em 1956, filho de comerciante e dona de casa, André Frederico Menck e Laura Martins Menck, viveu sua infância na cidade de Osasco, junto com 2 irmãos e uma irmã. Cursou sempre escolas públicas, tendo estudado seu Ginásio e Colegial no CENEART (Colégio e Escola Normal Estadual Antonio Raposo Tavares). Realizou sua Graduação em Ciências Biológicas, no Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. Iniciou sua carreira científica em 1977, como estagiário no Laboratório do Dr. Rogério Meneghini (Depto. de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo), mesmo local que fez sua pós-graduação e doutorou-se em 1982. Foi convidado pelo Dr. Roberto Alcântara-Gomes para integrar o Setor de Biofísica do Instituto de Biologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Naquele Setor havia um núcleo de competência, que lhe permitiu o estabelecimento de um grupo de trabalho, com estudantes de iniciação científica e mestrado dedicados a realizar projetos de relevância científica. Foi importante o apoio dos Drs. Alcântara-Gomes e Renato Balão Cordeiro, que estavam empenhados em modificar os caminhos da UERJ, transformando-a em centro com massa crítica de alta qualidade. Em 1985, iniciou seu estágio de pós-doutoramento no laboratório do Dr. Alain Sarasin (IRSC, CNRS, Villejuif, França). O apoio do Dr. Sarasin, que lhe confiou a representação do laboratório em vários eventos científicos, foi fundamental para seu amadurecimento científico. Em seu retorno ao Brasil (1988) transferiu-se para São Paulo, no Depto. de Biologia, Instituto de Biociências, USP, onde contou com importante suporte da FAPESP. Conseguiu estabelecer um grupo de pesquisa com vários alunos bem qualificados que o auxiliaram no desenvolvimento de seu trabalho científico. Em 1996, assumiu como Professor Titular no Depto. de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas, USP, onde atualmente desenvolve seus trabalhos de pesquisa, auxiliando a construir um departamento jovem, com vontade de amadurecer e melhorar suas atividades científicas.
Sempre se dedicou a estudar mecanismos de metabolismo de DNA, com especial destaque em estudos da biologia molecular do Reparo de DNA e mecanismos de mutagênese. Sistemas de reparo de DNA são mecanismos celulares para proteção do genoma contra agressões físicas e químicas do ambiente celular, sendo altamente conservados em todos os seres vivos. Além do interesse acadêmico, também há evidências claras que os sistemas de reparo de DNA estão envolvidos diretamente em tumorigênese e envelhecimento.
Desenvolveu sistemas de vetores ponte, que resultaram no trabalho pioneiro de mutagênese provocada por oxigênio singlete, uma importante forma reativa da molécula de oxigênio presente em sistemas biológicos. Desde 1997, participou também em vários projetos Genoma, apoiados pela FAPESP, o que o atraiu para estudos de evolução dos sistemas de reparo de DNA. Através de estudos de genômica funcional, tem dedicado parte de seu trabalho à busca de genes novos de reparo de DNA em plantas, e, mais recentemente, na bactéria Caulobacter crescentus. Em células humanas, comprovou a possibilidade de expressão heteróloga funcional da proteína fotoliase, cuja atividade previne a indução de apoptose por luz ultravioleta. Seu trabalho permitiu também demonstrar que a apoptose é ainda dependente da transcrição do RNA e da capacidade de reparo de DNA, verificado em estudos com células deficientes nesse processo, obtidas a partir de pacientes com síndromes humanas relacionadas a reparo de DNA (xeroderma pigmentosum, tricotiodistrofia e síndrome de Cockayne). A utilização de vetores genéticos culminou com o desenvolvimento de adenovírus recombinantes portadores de genes de reparo de DNA, que apresentam alta eficiência ao complementar células de pacientes XP in vitro, Recentemente, estudos empregando camundongos deficientes em reparo, modelos para essas síndromes humanas, demonstraram que esses adenovírus previnem o aparecimento de câncer de pele nesses camundongos após irradiação com luz UVB. Com estes dados, os adenovírus passam a constituir ferramentas importantes para transduzir genes em pele e abrem perspectivas para seu uso em terapia gênica, com objetivos de melhorar a qualidade de vida de pacientes com a síndrome XP.
Em sua vida acadêmica, publicou 86 trabalhos científicos originais em periódicos com política editorial seletiva, sendo 74 em revistas do exterior. Publicou ainda 7 capítulos de livros, além de 7 artigos de divulgação científica. Em grande parte, este trabalho se deve aos seus colegas de laboratório, principalmente alunos de pós-graduação, além de pós-doutorandos e estagiários. Até o momento, orientou 9 dissertações de mestrado, sendo 2 pela UERJ, 1 pela UNB e 6 pela USP e 12 teses de Doutoramento, pela USP. É membro do Comitê Editorial das revistas Genetics and Molecular Biology (Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) e Reviews in Mutation Research (EUA). É membro Titular das Sociedades Brasileiras de Genética, Virologia e de Mutagênese, Carcinogênese e Teratogênese Ambiental.