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Ciências Físicas | MEMBRO TITULAR

Bernhard Gross

(GROSS, B.)

22/11/1905
Brasileira
16/10/1934

Bernhard Gross formou-se em Física na Universidade de Stuttgart, Alemanha, onde trabalhou sobre a teoria da absorção dos raios cósmicos, estabelecendo a “transformação de Gross”. Em 1933 transferiu-se para o Brasil, naturalizando-se brasileiro em 1935. Em 1934, por indicação do Professor E.L. da Fonseca Costa, foi nomeado para o Instituto Nacional de Tecnologia no Rio de Janeiro, onde chegou a Diretor da Divisão de Eletricidade. Continuou então seus estudos sobre os raios cósmicos e seu efeito de latitude. Concomitantemente começou pesquisas experimentais e teóricas sobre dielétricos sólidos, realizando o 1º estudo sistemático das correntes termoestimuladas e formulando a hoje aceita teoria das duas cargas (“Two-charge theory”) dos eletretos. Passou a estudar a teoria linear das substâncias viscoelásticas, sobre o que publicou vários trabalhos fundamentais. Aplicou este formalismo matemático à teoria dos circuitos elétricos e estabeleceu novo tratamento dos mesmos e da teoria da função d. Realizou no Rio de Janeiro as primeiras medidas sistemáticas da recaída radioativa no Hemisfério Sul proveniente dos testes de bombas de hidrogênio na estratosfera e constatou a presença de partículas “quentes”, de alta radioatividade, tendo publicado a primeira nota sobre este fato. Começou a estudar os efeitos elétricos produzidos em dielétricos por irradiação com feixes eletrônicos, analisando a formação de cargas espaciais no material irradiado bem como a produção de rupturas elétricas externas e internas deflagradas por estas cargas. Pesquisou a geração de correntes elétricas por irradiação fotônica, em particular por feixes direcionais de raios gama, sem aplicação de voltagem externa, descobrindo a por ele assim chamada Corrente Compton. Desenvolveu um dosímetro autoalimentado (“self-powered”) de raios gama baseado neste efeito, que foi usado em larga escala pela Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos para o diagnóstico de explosões nucleares. Depois de sua aposentadoria em 1969, Gross passou a trabalhar nos Laboratórios Bell de A.T.T. em Summit, N.J., USA, que visitou anualmente de 1972 a 1984 e onde, em colaboração com o grupo do Professor G.M. Sessler, analisou os efeitos de feixes eletrônicos não penetrantes em folhas de polímeros e as correntes termoestimuladas associadas à dissipação das cargas injetadas. A partir de 1978 passou também a visitar regularmente a Universidade Técnica de Darmstadt, Alemanha até 1988. Em 1971 aceitou um convite do Professor Sérgio Mascarenhas para associar-se ao Instituto de Física e Química da USP em São Carlos, SP, onde, com a cooperação crescente do Prof. Guilherme F. Leal Ferreira, introduziu novas linhas de pesquisa, entre eles a construção e aplicação de triodos de corona de vários tipos, o estudo da condutividade elétrica induzida em dielétricos por raios X penetrantes e a construção de um acelerador de elétrons de energia até 30KeV e sua utilização para a análise da distribuição energética dos elétrons secundários gerados em metais e dielétricos pelos raios eletrônicos primários. Recentemente (1996) ele investigou a emissão de eletrons secundários gerados de sólidos pelo bombardeamento por eletrons externos e descobriu o fenômeno de emissão estimulada causada por aplicação de campos elétricos positivos.