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Ciências da Terra | MEMBRO TITULAR

Márcio Martins Pimentel

(PIMENTEL, M. M.)

03/11/1959
Brasileira
01/06/2004

Márcio Martins Pimentel é nascido no Rio de Janeiro em março de 1959, filho de Juarez Marques Pimentel e Magali Martins Pimentel. Cursou o primeiro grau no Rio de Janeiro, nos colégios Joaquim Nabuco e Santo Inácio, em Botafogo. Graduou-se em Geologia pela Universidade de Brasília (1982) e mestre pela mesma Universidade (1985), tendo defendido tese de mestrado a respeito do arco magmático de Goiás, sob a orientação do professor Reinhardt A. Fuck. Concluiu seu doutoramento na Universidade de Oxford, Inglaterra, em 1991, sob a orientação dos profs. Stephen Moorbath e Paul N. Taylor, após o que iniciou atividades de docência e de pesquisa no Instituto de Geociências da Universidade de Brasília. Realizou dois estágios de pós-doutoramento, o primeiro entre 1992 e 1993 na Université du Quebéc à Montreal e o último nos laboratórios de SHRIMP da Australian National University entre 2001 e 2002. Especializado em geologia de isótopos, montou entre 1995 e 1997 o Laboratório de Geocronologia do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, o qual coordenou até 2009. Em 2009 transferiu-se para o Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sua principal área de atuação consiste na aplicação da geoquímica de isótopos radiogênicos (Rb-Sr, U-Pb, Pb-Pb, Sm-Nd e Re-Os), e tem atuado nos mais variados campos da geologia, desde a geocronologia tradicional, até a aplicação de isótopos radiogênicos na investigação de temas relacionados com geotectônica e com depósitos minerais, bem como a aplicação de isótopos de Pb em projetos de monitoramento ambiental. Uma de suas principais contribuições à geologia do Brasil refere-se à descoberta, no início da década de 90, de extensas áreas do Centro-Oeste brasileiro, formadas por rochas juvenis de arco magmático intraoceânico do Neoproterozóico, constituindo o que se chamou de arco magmático de Goiás. Anteriormente, essas unidades eram consideradas muito mais antigas, e essa descoberta provocou ampla revisão dos conceitos básicos sobre a evolução geológica da província Tocantins e do Brasil, pois implica na presença de oceano pretérito, separando a Amazônia do Brasil Oriental, com ampla repercussão na reconstrução paleogeográfica e na disposição de antigas massas continentais e na distribuição de oceanos já desaparecidos na superfície do planeta. O professor Pimentel atua em outras áreas do Brasil e da América do Sul e África, com intensa interação com pesquisadores da Argentina, Colômbia, Moçambique, Angola e República dos Camarões, e engajamento em projetos de cooperação, o que vem a se somar com as atividades de intercâmbio com pesquisadores da Austrália, Estados Unidos e França. Publicou 110 artigos completos em periódicos, grande parte dos quais em veículos de ampla circulação internacional. É editor associado da revista Precambrian research, o periódico mais importante para pesquisas relacionadas com a evolução do planeta em tempos anteriores ao Cambriano. Formou nove doutores e dez mestres. Em 1992, recebeu o prêmio Martelo de Prata da Sociedade Brasileira de Geologia, em 1998, foi eleito Membro Associado da Academia Brasileira de Geociências, em 1999, foi distinguido com o Prêmio Fausto Alvim de Excelência Acadêmica, e em 2000, foi agraciado com o Prêmio Geológico Internacional L.A. Spendiarov, oferecido pela Academia Russa de Ciências, por ocasião do 31st International Geological Congress, realizado no Rio de Janeiro. Em 2008 recebeu o prêmio José Bonifácio da Sociedade Brasileira de Geologia e foi eleito membro da Ordem Nacional do Mérito Científico na classe Comendador.