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De: 17 de dezembro de 2009

Até: 18 de dezembro de 2009

No Brasil, existe uma unanimidade de que é necessário avançar na educação de nosso povo. O aumento e a convergência entre os grupos socioeconômicos em medidas de quantidade de educação não têm se refletido em aumento ou em convergência das medidas de qualidade da educação. A não ser que esse problema seja enfrentado e resolvido no futuro próximo, a baixa qualidade da mão-de-obra brasileira será um gargalo que irá limitar o crescimento de longo prazo da economia brasileira.

Para enriquecer o debate no Brasil, é necessário conhecer os desenvolvimentos recentes nas diversas áreas relacionadas com o desenvolvimento humano. Hoje em dia sabemos que a formação de capital humano começa muito antes da criança chegar à escola e que a família tem um papel fundamental no desenvolvimento intelectual e emocional dos seus filhos. É possível suplementar a dificuldade das famílias se insumos de alta qualidade forem alocados bem cedo na vida das crianças carentes.

O objetivo deste encontro organizado pela Academia Brasileira de Ciências pelo grupo de trabalho em Aprendizagem Infantil, coordenado pelo Acadêmico Aloísio Pessoa de Araújo com apoio de Flávio Cunha, sendo composto pelos especialistas Edson Amaro, Erasmo Casela Barbante, Jaderson Costa, João Batista Oliveira, Luiz Carlos Faria da Silva e pelos Acadêmicos Luiz Davidovich e Simon Schwartzman, é apresentar à comunidade científica e política no Brasil os avanços no conhecimento sobre a importância da educação nos primeiros anos. Os palestrantes convidados, listados abaixo, são pesquisadores mundialmente reconhecidos nas suas áreas de atuação. Veja a programação final aqui.

James Heckman
Graduado em Matemática e doutorado em Economia, atualmente é titular do Departamento de Economia da Universidade de Chicago e diretor do Centro de Pesquisas Econômicas e do Centro de Programas Socias de Avaliação da Escola Harris de Políticas Públicas. Suas pesquisas recentes enfocam o desenvolvimento humano e dos ciclos de vida-habilidade-formação, com ênfase especial sobre a economia da primeira infância. Sua pesquisa gerou políticas públicas importantes em áreas como educação, legislação trabalhista, programas de salário-mínimo, lei anti-discriminação e direitos civis. Recebeu o Prêmio Nobel em Ciências Econômicas (com Daniel McFadden) em 2000, entre diversos outros.

Peter Gluckman
Professor de Pediatria e Biologia Perinatal na Universidade de Auckland, na Nova Zelândia e consultor científico do Primeiro Ministro da Nova Zelândia, foi chefe do departamento de Pediatria e diretor da Faculdade de CIências Médicas e da Saúde. Profundamente envolvido em diferentes aspectos de políticas de desenvolvimento em ciência, saúde e educação, estuda a importância do inicio da vida dos seres humanos, procurando entender como o ambiente a que está exposto o bebê entre a concepção e o nascimento determina sua infância e saúde ao longo da vida – e o impacto deste conhecimento para indivíduos e populações.

Sir Michael Rutter
Clínico geral, neurologista, pediatra e psiquiatra, é chefe do Departamento de Psiquiatria Infantil e de Adolescentes do Instituto de Psiquiatria, em Londres e diretor honorário do Conselho de Pesquisas Médicas – Unidade de Psiquiatria Infantil, no Reino Unido. Seus estudos sobre autismo, depressão, comportamentos anti-sociais, dificuldades de leitura, crianças carentes, crianças hiperativas, resultados e efeitos das escolas e sobre crianças cujo problema psiquiátrico tem claramente um componente orgânico, resultaram em inúmeras publicações de destacada importância.

Mark Hanson
Diretor fundador do Instituto de Ciências do Desenvolvimento da Universidade de Southampton, diretor da Divisão de Origens do Desenvolvimento de Saúde e Doença na Universitys School of Medicine e professor de Ciência Cardiovascular na Fundação Britânica do Coração. Suas pesquisas focam as condições de desenvolvimento do feto no útero materno e a influência deste período para desenvolvimento de enfermidades posteriores, incluindo doenças circulatórias, do coração, diabetes do tipo 2 e obesidade.

Adele Diamond
Professora de Neurociência do Desenvolvimento Cognitivo e no Departamento de Psiquiatria da University of British Columbia, no Canadá. Sua pesquisa é voltada para o desenvolvimento inicial de controle de funções cognitivas dependentes do córtex prefrontal, mecanismos neuroanatômicos, genéticos e neuroquímicos que tornam essas funções possíveis e como fatores do meio e biológicos podem modificar estas funções cognitivas.

Avshalom Caspi
Professor de Psicologia e Neurociência na Duke University, nos Estados Unidos. Sua pesquisa estende-se pelos campos de Psicologia, Epidemiologia e Genética. Seu trabalho atual procura entender três questões: quais as melhores maneiras para avaliar e medir diferenças de personalidade entre as pessoas e como essas diferenças moldam a saúde, prosperidade e relacionamento desses indivíduos; como e por que experiências psicológicas adversas durante a infância resultam em desequilíbrio psicológico na idade adulta; como as diferenças genéticas determinam a maneira que as pessoas respondem ao ambiente e em particular as diferentes resistências ao estresse psicológico.

Craig T. Ramey
Doutorado em Psicologia com pós-doutorado em Desenvolvimento Humano, é diretor do Centro Universitário para Saúde e Educação, nos Estados Unidos, especialista no estudo de fatores que afetam o desenvolvimento da inteligência, comportamento social e desempenho escolar em crianças pequenas. Nos últimos trinta anos, juntamente com Dra. Sharon Ramey, tem conduzido uma pesquisa envolvendo 14 mil crianças e famílias em 40 estados. Atua como consultor de governos federais e estaduais, além de agências privadas, fundações e mídia.

Sharon L. Ramey
Diretora do Centro Universitário para Saúde e Educação, nos Estados Unidos, recebeu muitos prêmios por seu trabalho, que envolve o estudo do desenvolvimento da inteligência e desempenho infantil, intervenções na tenra infância, as mudanças na família americana e a transição para a escola. Pesquisa os efeitos do ambiente no comportamento e nos efeitos pré-natais do álcool, nicotina e cocaína.

James Fraser Mustard
Um dos líderes mundiais em pesquisa na área médica, dedica-se ao desenvolvimento infantil em seu período crucial, até os seis anos de idade. É um defensor da importância do desenvolvimento cerebral nos primeiros anos de vida para a saúde, qualidade de vida, comportamento e aprendizado pelo resto da vida. Influenciou políticas de saúde no Canadá, atuando em diversos comitês federais e locais, conselhos e comissões. Atualmente está envolvido em projetos com os governos do Canadá e Austrália, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Unicef e da Universidade Aga Khan, no Paquistão.

W. Thomas Boyce
Professor de pediatria na University of British Columbia, no Canadá e atuante em diversas outras instituições de destaque, sua pesquisa estuda a interação entre processos neurobiológicos e psicossociais que levam à divisão social das doenças infantis. Estudando a influência de adversidades socioeconômicas e respostas neurobiológicas, seu trabalho tem demonstrado como estresse e reação neurobiológica a contextos sociais adversos operam conjuntamente, produzindo desordens físicas e mentais na população infantil.

Inscrições e informações com Pedro, pelo e-mail pedrodac@impa.br

Data: 17 e 18 de dezembro
Local: Auditório da Fundação Getúlio Vargas
Praia de Botafogo, 190, 12º andar
Rio de Janeiro – RJ

Educação na Primeira Infância I

Educação na Primeira Infância II

O elevado retorno da educação infantil