Confira o mais novo artigo da colaboração entre o diretor da ABC Virgilio Almeida e o professor da FGV Francisco Gaetani:

Vivemos atualmente uma transição de grandes proporções. O mundo digital avança aceleradamente sobre o mundo físico, questionando regras, alterando hábitos, transformando profissões e empregos, refazendo conceitos, modificando as relações pessoais e sociais e trazendo incertezas quanto ao futuro. Saúde digital, tele-medicina, comércio na internet, robotização, trabalho remoto, ChatGPT, algoritmos, automação, política nas redes sociais e governo digital são apenas algumas faces da transformação digital. Embora a internet seja global, como também são as plataformas, cada país tem de formular suas regras, leis e instituições de governança digital.

Olhando para um passado recente, pode se perceber que o Brasil já teve uma posição de destaque na formulação de políticas públicas e governança da Internet. Em 2013, as revelações de Edward Snowden sobre as atividades de espionagem da Agência de Segurança dos Estados Unidos, a NSA, geraram uma crise internacional, quando ficou claro que agências americanas espionaram as comunicações de empresas e chefes de estados, como Ângela Merkel, então primeira ministra da Alemanha e Dilma Rousseff, então presidente do Brasil.

A reação do governo brasileiro foi mirar no diálogo, ao convocar uma reunião em São Paulo para discutir princípios globais para governança da Internet. A Netmundial, como ficou conhecida a reunião de São Paulo em 2014, trouxe ao Brasil mais de 1000 representantes de 110 países, ministros, diplomatas, representantes das grandes empresas de tecnologia, acadêmicos e ativistas de organizações sociais. O resultado surpreendente foi a aprovação quase unânime de um documento de princípios para governança global da Internet, espinha dorsal do mundo digital, que não está sujeita a uma autoridade central. A Netmundial foi globalmente reconhecida como uma das mais importantes iniciativas de governança da Internet, em termos de escuta ativa de todos os protagonistas da revolução proporcionada pelas novas tecnologias de informação e comunicação.

(…)

Leia o artigo completo no Valor Econômico.