A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), vai receber a mais alta distinção honorífica da França – a Condecoração da Ordem Nacional da Legião de Honra (Ordre National de la Légion d’Honneur).

Esse prêmio é concedido pelo chefe de Estado da França a personalidades que se destacam por suas atividades em seu campo de ação no cenário global. A socióloga Nísia Trindade foi premiada em reconhecimento a sua atuação no mundo da ciência e da saúde e, em especial, pelos serviços prestados à sociedade no enfrentamento da pandemia da COVID-19.

A premiação também reafirma o reconhecimento ao esforço e compromisso da comunidade científica da Fundação Oswaldo Cruz no cumprimento da sua missão como instituição estratégica de Estado para a saúde.

A cerimônia de entrega do prêmio no próximo dia 1º de setembro às 14h30, em formato virtual.

Sobre a homenageada

Nísia Trindade Lima é presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Doutora em sociologia (1997) e mestre em ciência política (1989) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980). Sua tese de doutorado Um Sertão Chamado Brasil conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj e sua publicação encontra-se em 2ª edição.

Foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Participou da elaboração do Museu da Vida, premiado museu de ciência da Fiocruz. Na Editora Fiocruz (2006-2011) atuou na implementação da Rede SciELO Livros. Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016), período em que coordenou as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia na instituição e também a implantação de políticas de acesso aberto, com o objetivo de tornar disponível toda a produção científica da instituição.

Sua obra é referência na área de pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública. Lecionou e orientou gerações de alunos em todos os níveis de formação, do ensino básico ao pós-doutorado, como docente na Uerj e na Fiocruz. É autora de dezenas de artigos, livros e capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, sobretudo as cisões entre os Brasis urbano e rural, moderno e atrasado. No campo das ciências sociais vem contribuindo através de diferentes iniciativas para o fortalecimento das ações de pesquisa e ensino. Uma de suas realizações foi a criação da Biblioteca Virtual do Pensamento Social (BVPS), em colaboração com a UFRJ e rede de instituições. Participa dos conselhos editoriais dos periódicos: Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência; História, Ciências, Saúde-Manguinhos; Caderno de História da Ciência-Instituto Butantan; Escritos da Fundação Casa de Rui Barbosa; Medical History;e Lancet Covid-19 Commission.

Participa de programas e redes internacionais nas áreas de História da Ciência e História da Saúde. É membro da Zika Alliance Network (2018), um consórcio de pesquisa multinacional e multidisciplinar formado por 54 parceiros em todo o mundo. Foi membro do grupo de trabalho de Plano de Ação Global da OMS (2018), que tem como objetivo otimizar a pesquisa global para os sistemas de saúde dos países, e do grupo consultivo da OMS para a implementação da Agenda 2030 (2019). Foi membro do Comitê Diretor Internacional para supervisionar e facilitar a implementação da Cúpula de Nairóbi sobre a CIPD25 e assumiu a Copresidencia da Rede de Saúde para Todos da UNSDSN em 2019.

Lidera as ações da Fiocruz no enfrentamento da pandemia de COVID-19 no Brasil.

Toda a sua atuação como gestora e intelectual está baseada na promoção do valor social da ciência no Brasil e na realização de ações que aproximem a ciência da sociedade.