Leia artigo do Acadêmico Renato Sergio Balão Cordeiro, publicado no Correio Braziliense, em 8/2. Cordeiro é pesquisador emérito da Fundação Oswaldo Cruz, membro titular da Academia Brasileira de Ciências, do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Coalizão Ciência e Sociedade.

“No último dia 15, a comunidade científica foi positivamente surpreendida com uma carta, em que o presidente declarava: ‘Por isso, creio ser fundamental renovar e revigorar nossa estratégia nacional de ciência e tecnologia para nos colocarmos em um rumo forte pelos próximos 75 anos, para que nossos filhos e netos possam viver em um ambiente mais saudável, seguro, justo, tranquilo, e em um mundo próspero. Esse esforço exigirá que reunamos nossas mentes mais brilhantes na academia, medicina, indústria e governo — derrubando as barreiras que muitas vezes limitam nossa visão e nosso progresso e priorizando as necessidades, interesses, medos e aspirações do povo… ‘.

Infelizmente, tal mensagem não foi de autoria do governante brasileiro, mas do novo presidente norte-americano, Joseph Biden, que se dirigia a Eric Lander do MIT e Harvard, o novo diretor do Gabinete de Políticas de Ciência e Tecnologia dos Estados Unidos.

No Brasil, os institutos de pesquisa e as universidades federais e estaduais têm dado inequívocas demonstrações de competência e produtividade em todas as áreas do conhecimento — especialmente, no combate à covid-19 —, com o reconhecimento da comunidade internacional. Entretanto, na contramão da história, o governo federal e o seu Ministério da Economia têm promovido absurdos cortes orçamentários e contingenciamentos, inviabilizando ações nessa área estratégica para o futuro da nossa nação.

Neste ano de 2021, o cenário é ainda mais sombrio, com a previsão de cortes da ordem de R$ 1 bilhão, o equivalente a 17,5% das despesas discricionárias das Universidades Federais. Tais cortes vão ocasionar dificuldades significativas para o funcionamento das instituições de ensino superior, incluindo o pagamento de servidores terceirizados e outros investimentos fundamentais para a manutenção e desenvolvimento de pesquisas, tais como aquelas voltadas à covid-19.

Para piorar o quadro, o governo promoveu o corte de 68,9% na cota de importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica no país. Tal medida prejudicará frontalmente as investigações em curso nas instituições brasileiras, inclusive na Fundação Oswaldo Cruz e no Instituto Butantan, que estão na linha de frente no combate à pandemia.

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Leia o artigo completo no Correio Braziliense.