Leia a entrevista feita pela jornalista de O Globo Ana Lucia Azevedo com o Acadêmico Amilcar Tanuri, virologista da UFRJ, publicada em 1/2:

RIO — O virologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Amílcar Tanuri [membro titular da Academia Brasieira de Ciências] afirma que não existe motivo para pânico em relação às novas variantes do coronavírus.

Tanuri é um dos descobridores da variante P2 do Sars-CoV-2, surgida no Rio de Janeiro, e está à frente de testes para investigar o risco real dela e da P1, a cepa de Manaus. Ele assegura que está confiante na eficácia das vacinas e destaca que, com imunizantes para apenas uma pequena parcela da população, é o momento de intensificar a testagem e o distanciamento.

Qual o risco real das novas variantes do coronavírus?
A resposta honesta que a ciência pode dar é que não há certeza de nada. Mas certamente não existe motivo para medo e pânico. O medo não gera ações inteligentes, e o pânico imobiliza. A maior parte do que se fala de alarmante até agora é baseado em estudos feitos com vírus recombinantes (a grosso modo, pedaços do Sars-CoV-2 mutante dentro de outro vírus), e a resposta deles é diferente da do vírus natural.

E o que precisa ser feito?
Investigar as variantes naturais do Sars-CoV-2. Há grupos brasileiros fazendo isso. Nós investigamos na UFRJ a variante do vírus que isolamos aqui no Rio de Janeiro, a P2. Num estudo em colaboração com o laboratório de Marilda Siqueira, da Fiocruz, estudamos também a resposta da P1, a variante de Manaus, e da P2 aos anticorpos.

Há indícios concretos de que essas variantes sejam mais contagiosas?
Há suposições porque tivemos uma segunda onda num momento em que as variantes entraram em circulação. Mas não se pode esquecer que essas variantes apareceram num momento em que as pessoas infectadas no início do ano começaram a perder sua imunidade natural, sabemos que os anticorpos não duram muito. Então, não significa que essas variantes se espalharam porque são mais transmissíveis. Elas podem ter se propagado também em função da perda de imunidade.

E como elas surgiram?
Uma hipótese é que tenham surgido em pessoas que sofreram persistência da infecção pelo coronavírus. Sabemos que algumas pessoas ficam mais tempo infectadas, o Sars-CoV-2 pode, por exemplo, persistir no intestino.

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Leia a entrevista na íntegra em O Globo.