A Acadêmica Mariangela Hungria foi a co-ganhadora do Prêmio Lenovo-TWAS 2020,um dos mais prestigiosos prêmios oferecidos a cientistas do mundo em desenvolvimento.

A premiação de Hungria se deu por suas pesquisas microbiológicas que permitiram que ela introduzisse e implementasse práticas agrícolas amigáveis no Brasil, substituindo fertilizantes à base de nitrogênio por inoculações microbianas mais baratas e efetivas, que resultaram em aumento de renda e melhorias sociais nas vidas dos agricultores. A premiação também citou seus esforços em empoderam mulheres na área de ciência dos solos e agrícola.

O outro ganhador foi o professor Li Jiayang, do Instituto de Genética Biologia do Desenvolvimento da China, que  deu contribuições seminais para a compreensão dos mecanismos moleculares que diferenciam as melhores variedades de arroz.

Em entrevista para a TWAS, Hungria declarou que vai usar o prêmio para criar um fundo especial que ajude as carreiras de mulheres cientistas no Brasil, porque dar a elas oportunidades é uma e suas metas na vida e, para tanto, vai recorrer à parceria com a Academia Brasileira de Ciências.

Saiba mais sobre o prêmio, sobre a Lenovo e sobre a TWAS na matéria original, no site da TWAS. 

Sobre a premiada

Hungria fez a graduação em Engenharia Agronômica na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), onde cursou também o mestrado em Solos e Nutrição de Plantas. Fez seu doutorado em Agronomia/Ciência do Solo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e estágios de pós-doutorado na Universidade de Cornell e na Universidade da California-Davis, ambas nos EUA, assim como na Universidade de Sevilha, na Espanha. É pesquisadora da Embrapa desde 1982 e está lotada na Embrapa Soja desde 1991. É professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), nos cursos de pós-graduação em microbiologia e em biotecnologia e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR), no curso de bioinformática.

Recebeu o título de Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República pela contribuição na área de Ciências Agrárias em 2008. Em 2010 recebeu o troféu Glaci Zancan Mulheres de Ciência do Paraná e o prêmio Honorary Scientist & Advisor on Agricultural Green Technology do Rural Development Administration (RDA, Coreia). Em 2012 recebeu o prêmio Frederico de Menezes Veiga, da Embrapa, sobre o tema de “A Agricultura na Economia de Baixa Emissão de Carbono”, pelos trabalhos em fixação biológica do nitrogênio. Recebeu o Prêmio Claudia Categoria Ciências em 2015. Em 2018 recebeu a Medalha de Mérito pelo CREA-PR (2018), a Medalha de Mérito Nacional Confea/CREA e a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico (ONMC), da Presidência da República, na classe Grã-Cruz, área de Ciências Agrárias. Em 2019, recebeu o Prêmio Antonio Carlos Moniz da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.