A quinta edição em vídeo do projeto “Ciência Gera Desenvolvimento” homenageia Juliano Moreira, um dos primeiros médicos negros do Brasil, precursor da psiquiatria moderna no país e ex-presidente da ABC.

Nascido em Salvador, no ano de 1873, Juliano Moreira rompeu rígidas barreiras racistas da época. Negro e filho de uma empregada doméstica, recebeu uma boa educação proporcionada por seu padrinho e patrão de sua mãe, o Barão de Itapuã.

E Juliano aproveitou bem a oportunidade, ingressando na Faculdade de Medicina da Bahia aos 13 anos — dois anos antes da abolição formal da escravatura no país.

Juliano Moreira foi um dos principais nomes da psiquiatria brasileira e um dos primeiros a trazer para a área os conceitos da psicanálise, criada por Sigmund Freud, e da genética psiquiátrica moderna, desenvolvida por Emil Kraepelin.

O médico foi uns principais nomes da ciência nacional a refutar as teorias do racismo científico predominante na época, que defendia que transtornos psiquiátricos estavam associados a misturas étnicas, o que marcaria a sociedade brasileira como geneticamente inferior às europeias.

Moreira representou o Brasil em diversos congressos na Europa, África e Ásia, além de ter revolucionado o tratamento de pacientes psiquiátricos através de práticas humanizadas, como a abolição do uso de camisas de força e do uso de grades nas janelas dos hospitais.

Ele foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal e da própria Academia Brasileira de Ciências (ABC), na qual, como vice-presidente, recebeu o físico Albert Einstein no país, em 1925. Nos anos seguintes, foi eleito presidente da ABC, entidade que ajudou a erguer.

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