A pandemia causada pelo novo coronavírus vem causando danos humanos, econômicos e sociais sem precedentes. Por isso, é uma condição particular de estresse que impacta nossas mentes, desorganiza as economias e aumenta o risco de desenvolvimento de transtornos mentais. Ainda que a síndrome respiratória aguda seja sua principal característica, outros órgãos, como o cérebro, também podem ser afetados, de forma direta ou indireta. A covid-19 nos coloca face ao desamparo humano fundamental, na medida em que, pela invisibilidade do vírus, nos sentimos sem qualquer defesa psíquica capaz de nos proteger. Quais as consequências que podem advir? O que fazer?

Para debater estas questões, foram convidados:

  • O médico Jair de Jesus Mari, em cuja visão o pior da pandemia se dará na saúde mental da população e o SUS terá de se reinventar para enfrentar este novo desafio. Ele é doutor em epidemiologia psiquiátrica pela Universidade de Londres, professor titular e chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
  • A médica Fernanda Tovar Moll, para quem a pandemia de covid-19 pode gerar consequências neurológicas e psiquiátricas, agudas ou de longo prazo, ainda desconhecidas. Ela é presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). Foi professora adjunta do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi membro afiliado da ABC (2015-2019).
  • O médico Joel Birman, cujo ponto de vista é que o sentimento de desproteção gerado pela pandemia faz com que sejamos assaltados por angústias primordiais, que promovem diferentes formas de sofrimento e sintomas psicopatológicos. Ele é professor titular da UFRJ e professor adjunto do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O mediador foi o presidente da ABC, Luiz Davidovich.


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