Leia artigo do Acadêmico Antonio Nardi para a Revista Veja, publicado em 01/05:

A crise mundial que estamos atravessando em razão da Covid-19 nos afeta de diversas maneiras, gerando ansiedade e temores. O medo de uma grave enfermidade, a probabilidade de desemprego, a incapacidade de planejamento para os dias que se seguem e o isolamento social prejudicam diretamente nossa saúde mental. Até o momento, segundo as autoridades de saúde, a única forma de atenuar esses riscos é fazer um distanciamento social, ou seja, um confinamento. Ora, é muito fácil ficar isolado em uma casa de classe média ou alta com geladeira cheia, internet e smartphone. Difícil é ficar confinado em uma casa pequena, com muitas pessoas no mesmo quarto, sem acesso fácil ao mundo digital nem dinheiro. O que essas duas realidades brasileiras têm em comum, no entanto, é a necessidade de cuidar da saúde mental, em risco nos dois casos.

O que podemos fazer para manter nossa saúde mental? Vamos às sugestões: pratique regularmente uma atividade física (há programas na internet que ajudam), crie uma agenda de trabalho e estudos, aproveite para ler livros que estão esquecidos pela falta de tempo ou assistir aos filmes que nunca teve oportunidade de ver. Telefone aos amigos ou use a tecnologia para se comunicar com eles. Lembre-se dos que moram sozinhos e mais isolados. Evite pensamentos negativos e excesso de informações sobre a pandemia, o que pode gerar ansiedade e insegurança. Priorize as orientações de sites confiáveis, como o do Ministério da Saúde.

Uma crise é sempre um momento de aprendizado. Como nos ensinou o filósofo da antiguidade Heráclito de Éfeso (540 a.C.-480 a.C.), a única coisa permanente é a mudança. Sairemos mais fortes e mais maduros. Muitas coisas mudarão, mais ainda após a pandemia, como os conceitos de higiene, a valorização do investimento em ciência, educação e saúde, o respeito aos profissionais de saúde, o maior incentivo ao uso das mídias digitais para trabalho, estudo e contatos sociais, e a necessidade de uma organização melhor da sociedade civil. Educação e saúde de qualidade resultam em bem-estar social para todos. Não podemos ter no Brasil sistemas diferenciados para ricos e pobres. Toda crise traz a oportunidade de amadurecimento, e a nossa sociedade tem de ser melhor quando tudo isso passar.

 

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