A compilação de informações de produtos naturais vem sendo feita há seis anos pela pesquisadora Marilia Valli, sob a supervisão de Bolzani, que também é coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biodiversidade e Produtos Naturais (INCT-BioNat) e vice-coordenadora do Centro de Inovação em Biodiversidade e Fármacos, (CIBFar), um dos CEPIDs da FAPESP.

O banco de dados do Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais (NuBBE Database) foi criado por meio da colaboração entre o núcleo da Unesp e o Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC), liderado por Adriano D. Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

Desde o ano passado, a diretora do CAS Brasil, Denise Ferreira , vem atuando no acordo de colaboração CAS-EUA, dando impulso ao projeto para a criação do banco de dados de produtos da biodiversidade brasileira. A divisão da Sociedade Americana de Química possui uma equipe ampla e com experiência técnica na curadoria de informações, verificação e mineração de dados.

A iniciativa reuniu informações contidas em mais de 30 mil artigos publicados em revistas científicas, chegando a 51.973 compostos de plantas nativas do Brasil. Somam-se a esses compostos outros 2.219 que vêm sendo sistematizados no banco de dados do NuBBE Database, da Unesp. Ao todo são 54.192 compostos na coleção.

A equipe do CAS fez a seleção das informações, a ligação com a fonte de referência bibliográfica, a identificação das moléculas e a preparação de arquivos de transferência de dados para a incorporação ao NuBBE Database.

Essa foi a primeira vez que o CAS realizou o licenciamento (doação) para uma base como a do NuBBE, que é de acesso público. Geralmente, a entidade cobra pelo acesso aos seus dados.

De acordo com Ferreira, o acordo inédito foi uma forma de apoiar a ciência brasileira após a destruição do Museu Nacional no Rio de Janeiro por um incêndio, em 2018 (leia mais em: agencia.fapesp.br/31815).