Quem são as cientistas brasileiras? O projeto Open Box da Ciência mergulhou em bases de dados oficiais para identificar mulheres com contribuições importantes para a pesquisa em cinco áreas do conhecimento. O levantamento sobre mulheres na ciência será lançado na quarta-feira (12), em São Paulo, junto com a Agência Bori, plataforma que vai fornecer  a jornalistas dados sobre estudos inéditos de pesquisadores brasileiros. Os dois projetos de divulgação científica receberam recursos do Serrapilheira, instituição privada que apoia a ciência no Brasil.

Iniciativa da Gênero e Número, o Open Box da Ciência mapeou 250 mulheres das áreas de ciências sociais aplicadas, ciências exatas e da terra, engenharias, ciências biológicas e ciências da saúde. As pesquisas e os perfis das pesquisadoras estão reunidos em uma plataforma digital de conteúdo aberto e interativo, com visualizações de dados e reportagens que narram suas trajetórias a partir de um recorte de gênero, indicando referências femininas para chegar a esse lugar de destaque e revelando desafios vencidos.

Para chegar ao grupo, foi aplicada uma metodologia de extração e análise de dados da plataforma Lattes. Usando critérios da Capes para conceder bolsas de apoio à pesquisa, um algoritmo foi desenvolvido para listar todas as pesquisadoras com doutorado. “Além da plataforma digital, que tem o objetivo de dar visibilidade a um grande grupo de mulheres cientistas, organizamos uma base com cada nome que consta no Lattes com doutorado”, explica Giulliana Bianconi, coordenadora do projeto e diretora da Gênero e Número.

Agência Bori vai divulgar ciência para jornalistas

Aumentar a visibilidade da ciência brasileira também é o objetivo da Agência Bori. Em média, 230 novos artigos científicos são publicados por dia, mas muitos não chegam ao público por falta de divulgação eficiente. “A divulgação faz parte da atividade científica. A comunicação com a sociedade é uma etapa fundamental depois do resultado científico”, afirma Ana Paula Morales, uma das coordenadoras da Bori.

A Bori busca estudos inéditos em bases de periódicos acadêmicos; em seguida, faz a curadoria dos trabalhos e os oferece para imprensa. Em uma área restrita da plataforma, jornalistas cadastrados gratuitamente acessam as pesquisas, acompanhadas de texto explicativo, imagens e do contato de um porta-voz. “O conhecimento produzido pelos pesquisadores do país não se restringe às editorias de ciência dos veículos de comunicação. Há ciência em economia, política, agro, educação e até na editoria de esportes”, diz Sabine Righetti, idealizadora da Bori.

A Bori e o Open Box da Ciência participaram, em 2018, do 1º Camp Serrapilheira, programa de divulgação científica do Instituto Serrapilheira. Os projetos foram selecionados e receberam R$ 100 mil para as iniciativas.

No lançamento aberto ao público, no Auditório do IFT-Unesp, haverá duas mesas de debate: uma sobre jornalismo científico e outra sobre protagonismo feminino na ciência. Na primeira, além das representantes da Bori, participam Marcelo Miranda Viana da Silva, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Abel Packer, diretor do Programa SciELO/Fapesp, e Mariana Versolado, editora de Ciência e Saúde da Folha de S.Paulo. A segunda mesa contará com a bioquímica Helena Carla Castro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), a física Sandra dos Santos Padula, a jornalista Vitória Régia da Silva, da Gênero e Número, e a cientista de dados Natália Leão, responsável pela pesquisa e metodologia do projeto.

Serviço: Lançamento do Open Box da Ciência e da Agência Bori

Data: 12 de fevereiro
Horário: 9h às 13h
Local: Auditório do IFT-Unesp – R. Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271 – Várzea da Barra Funda, São Paulo
Programação e inscrição: https://abori.com.br/lancamento/
Credenciamento de imprensa: carlarusso30@gmail.com