O presidente da SBPC, Ildeu Moreira; o presidente do STF, ministro Dias Toffoli; e o presidente da ABC, Luiz Davidovich

O presidente da ABC, Luiz Davidovich, e o presidente da SBPC, Ildeu Moreira, reuniram-se em 5/12, no Supremo Tribunal Federal (STF), com o presidente do STF, Ministro Dias Toffoli.

A pauta do encontro era a situação precária da ciência e da inovação no Brasil, em virtude dos sucessivos cortes orçamentários e da reserva de contingência do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), da ordem de 90% do total arrecadado para esse fundo. O FNDCT foi criado em 1969 com o objetivo de apoiar financeiramente programas e projetos prioritários de desenvolvimento científico e tecnológico nacionais, tendo como fonte de receita principal, atualmente, os Fundos Setoriais. Criados a partir de 1998, os Fundos Setoriais são alimentados por empresas de diversos setores da economia com o objetivo de financiar pesquisas nas áreas de interesse dessas empresas. No entanto, o total arrecadado (neste ano mais de 5 bilhões de reais) tem sido desviado dessa finalidade, através da reserva de contingência.

Na avaliação de Davidovich, o encontro com Toffoli foi muito produtivo. “Ele afirmou que considera que é muito importante para o Brasil que a ciência, a tecnologia e a inovação tenham apoio”, disse o físico.

Na conversa, foi abordada a necessidade de um projeto de nação para o Brasil e o presidente da ABC entregou ao ministro um exemplar do “Projeto de Ciência para o Brasil”, livro organizado pela ABC que congregou 180 cientistas brasileiros, que trabalharam de graça por 18 meses em prol da construção desse programa. Davidovich comentou sobre as outras publicações da ABC e sobre o Livro Azul, resultante da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, comprometendo-se a enviar exemplares ao ministro.

Foram apontadas possíveis ações conjuntas no primeiro semestre do ano que vem, no sentido de debater e trabalhar para construir um projeto de nação. Segundo Davidovich, o ministro Dias Toffoli concordou que a ABC e a SBPC são entidades que podem contribuir muito para esse processo, em virtude de seu caráter não partidário e considerando o que têm feito pelo desenvolvimento da ciência e da inovação para o Brasil.

“Vamos agora conversar e refletir sobre propostas feitas pelo ministro Toffoli acerca de encaminhamentos possíveis sobre a questão dos cortes orçamentários e da reserva de contingência. Foi muito boa essa conversa,”, afirmou o presidente da ABC.