Pesquisadores brasileiros de diversas áreas do conhecimento, como antropólogos, biólogos e linguistas, publicaram, no The New York Review of Books, uma carta sobre a crise na Amazônia. Eles criticaram o posicionamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro, em relação às populações indígenas e defenderam a importância do conhecimento tradicional e das estratégias de manejo das populações indígenas da Amazônia para salvaguardar a biodiversidade global e a estabilidade climática.

Segundo o documento, as declarações do Presidente têm contribuído para “um clima de ilegalidade e impunidade, e para um entendimento tácito de que a legislação que protege territórios indígenas e outras áreas não será aplicada”.

Os cientistas afirmaram que “as vastas extensões de florestas intactas que constituem terras indígenas são essenciais para sua sobrevivência”. Eles destacam que os indígenas ocupam essas terras, aproveitando centenas de espécies de plantas e animais, ao mesmo tempo que preservam o funcionamento de outros organismos no ecossistema. E além de sustentarem seu modo de vida, esses espaços ainda podem constituir locais sagrados, de origem mítica ou da história ancestral.

Ainda assim, a carta aponta, “a luta pela terra continua sendo uma fonte perene de mobilização para as populações indígenas, a medida em que acúmulos de pedidos de demarcação de terra permanecem não resolvidos, e muitas outras questões relacionadas a seus direitos permanecem não cumpridas”.

 

Leia o documento na íntegra aqui.