0A Prefeitura do Rio publicou, em 17 de setembro, um aviso de licitação para concessão de gestão e exploração do Museu do Amanhã, na Praça Mauá, por 15 anos. Em resposta à ação, o Comitê Científico da instituição, formado por membros titulares da ABC e demais consultores, pesquisadores e intelectuais, enviou uma carta ao Secretário de Fazenda do Município do Rio de Janeiro, Cesar Barbiero, solicitando a suspensão do edital.

No documento, encaminhado em 17 de outubro, os consultores lembram que um museu é um espaço sem fins lucrativos. Portanto, “da mesma forma como é inaceitável que um museu seja fonte de lucro para empresas, é inaceitável que ele seja utilizado para fazer caixa para um ente público, como a Prefeitura”.

Eles criticaram ainda o trecho da chamada pública em que se exige que o proponente tenha experiência em “gestão e exploração integradas de empreendimentos – com controle de bilheterias e lojas em geral”.

Segundo o Comitê, a bilheteria e loja são acessórios de um museu e podem existir ou não. “Reduzir um museu a uma bilheteria e suas eventuais lojas é tão absurdo como caracterizar uma universidade apenas por seu jardim ou estacionamento”, argumentam.

Tendo em vista que “a gestão do Museu do Amanhã seja feita visando apenas a educação, a ciência e a cultura, como deve ser um museu de ciências”, os consultores pedem a suspensão imediata da licitação.

Assinaram a carta os seguintes membros da ABC:

Débora Foguel – professora da UFRJ e representante da Academia Brasileira de Ciências no Comitê Científico do Museu do Amanhã
Luiz Pinguelli Rosa – professor da UFRJ, membro do Comitê Científico e consultor do Museu do Amanhã
Carlos Nobre – pesquisador do INPE, membro do Comitê Científico e consultor do Museu do Amanhã
Mayana Zatz – professora da USP, membro do Comitê Científico e consultora do Museu do Amanhã
Wanderley de Souza – professor da UFRJ e membro do Comitê Científico do Museu do Amanhã
Luiz Davidovich – presidente da Academia Brasileira de Ciências
Alexander Kellner – diretor do Museu Nacional
Roberto Lent – Coordenador da Rede Ciência para Educação

 

Leia na íntegra aqui.