Na manhã do dia 18 de setembro, os coordenadores de área da cooperação entre a ABC e a Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês) realizaram uma reunião de trabalho. O encontro, que aconteceu na sede da ABC, foi conduzido por Helena B. Nader, vice-presidente da ABC, e o Acadêmico Wanderley de Souza, coordenador geral do programa Brasil-China e teve o objetivo de avaliar atividades passadas e organizar projetos futuros. Pelo lado brasileiro, as iniciativas são financiadas por um convênio estabelecido entre a ABC e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O Acadêmico Elibio Rech, um dos representantes das áreas que já tiveram atividades realizadas no contexto da parceria ABC-CAS, é coordenador das Ciências Agrárias e pesquisador da Embrapa. Ele destacou que, após o workshopStrategies for Innovation in Food Production“, promovido em novembro de 2018, em Brasília (DF), identificou-se o interesse de ambos os países nos aspectos de ciência e tecnologia relacionados à cadeia produtiva da soja, temática que, possivelmente, dará origem a um projeto de pesquisa comum.

Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Joaquim Costa representou o Acadêmico Ricardo Galvão, coordenador da área de Ciências e Tecnologias Espaciais, e explicou que o INPE possui relação já consolidada com instituições chinesas há muitos anos. Segundo Joaquim, passado o workshop temático organizado por ABC e CAS, em Pequim, em abril deste ano, uma delegação de pesquisadores chineses veio ao Brasil para reforçar a parceria e estabelecer novas metas. No contexto da cooperação ABC-CAS, atividades futuras terão como foco a instrumentação científica no setor espacial, mais especificamente missões de satélites.

Em seguida, apresentaram suas perspectivas os coordenadores de áreas cujas atividades estão previstas para terem início ainda em 2019 e ao longo de 2020. Participando da reunião remotamente, o Acadêmico Paulo Artaxo, da USP, que acompanha o tema Ciências da Terra e Mudanças Climáticas na parceria Brasil-China, confirmou que já está em contato com pesquisadores chineses para organização dos próximos passos. “A expectativa é abordar três grandes temas: megacidades e seus efeitos na saúde; desmatamento e reflorestamento; e desertificação, todos assuntos de grande relevância para os dois países”, relatou.

Coordenador da área de Ciências Biológicas e Biomédicas, o Acadêmico Carlos Morel, da Fiocruz, destacou que duas matérias de grande interesse para Brasil e China deverão ser consideradas: prevenção e controle de epidemias; e doenças raras, terapias gênicas e celulares e medicina personalizada. Nas próximas semanas, a ABC apresentará formalmente estes temas para a CAS, dando prosseguimento à cooperação entre as duas Academias.

Em estágio parecido encontra-se a área de Biodiversidade e Biotecnologia, coordenada pelo Acadêmico Adalberto Luis Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). A partir da discussão estabelecida no encontro, Val indicou que a proposta que será submetida pela ABC na cooperação Brasil-China focará em microbiota e microbioma.

Ao final da reunião, Helena Nader e Wanderley de Souza consolidaram as debates realizados e confirmaram a importância de que o contato entre os coordenadores de área seja constante, com o compartilhamento de informações e atividades desenvolvidas no âmbito do projeto. A vice-presidente da ABC também aproveitou para apresentar detalhes sobre a visita da delegação do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, realizada na tarde do próprio dia 18 de setembro.

Saiba mais sobre a reunião com o vice-ministro chinês:

ABC recebe o vice-ministro de Ciência e Tecnologia da China