William Nordhaus e Paul Romer (Ill. Niklas Elmehed. © Nobel Media)

Estabelecido em 1968 pelo Sveriges Riksbank – o banco central da Suécia -, o Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel foi concedido pela primeira vez em 1969, para a dupla de economistas europeus Ragnar Frisch e Jan Tinbergen. Em 2018, os novos vencedores do prêmio que ficou conhecido como o Nobel de Economia são dois economistas americanos que produziram um alto nível de conhecimento na temática do crescimento sustentável a longo prazo.

Aos 62 anos, foi agraciado o economista Paul Romer. Nascido em Denver, Colorado, nos Estados Unidos, Romer é ex-economista-chefe do Banco Mundial. Ele se destaca pela teoria de que o conhecimento impulsa o crescimento a longo prazo, indicando que a promoção de políticas para pesquisa, desenvolvimento e educação gera um maior desenvolvimento tecnológico e a melhoria do mercado.

Sobre o trabalho de Romer, o Acadêmico e economista Aloisio Araujo explica que ele baseia-se em um modelo de macroeconomia dinâmica, onde o maior fator de produtividade é endógeno, ou seja, interno. Neste modelo entende-se que a produção de conhecimento e a tecnologia obtida dos setores de pesquisa são atividades que induzem a produtividade.

De Albuquerque, Novo México, foi premiado ao lado de Romer o economista William Nordhaus. Aos 77 anos, Nordhaus é professor da Cátedra de Economia na Universidade Yale. Foi pioneiro na economia ambiental e atua pesquisando a interação global entre economia e clima. Além disso, é o idealizador do método de taxação de carbono – quando as empresas pagam sobre o carbono emitido na atmosfera.

Segundo o Acadêmico Aloisio Araujo, Nordhaus trabalha com “modelos que fazem uma síntese utilizando os dados dos cientistas naturais”. O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ressalta que esses estudos são relevantes pois eles permitem a criação de previsões de mudanças climáticas a partir da economia.

A revelação dos vencedores do Nobel de Economia, no dia 8 de outubro, coincidiu com o lançamento do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU, que alerta para a necessidade de mudanças na sociedade a fim de se restringir o aquecimento global a 1,5 °C. Neste sentido, os estudos sobre economia e clima e a perspectiva de um crescimento sustentável a longo prazo se tornam cada vez mais relevantes nos cenários político, econômico, social e ambiental.