A revista Fire publicou, no dia 20 de agosto, um editorial destacando a atuação de pesquisadoras de diferentes países que realizam trabalhos de excelência na área de ciência do fogo. A Fire é uma revista acadêmica internacional que trata sobre a ciência, política, e tecnologia dos incêndios em vegetação e como eles interagem com as comunidades e o ambiente. No editorial “Reconhecendo Mulheres Líderes na Ciência do Fogo“, os autores homenagearam cientistas de grande relevância na área, dentre elas, cinco pesquisadoras brasileiras.

A matéria tem o objetivo de identificar modelos prospectivos na ciência do fogo e iniciar um debate sobre as perspectivas e epistemologias que a diversidade pode levar ao campo. Além de apontarem o crescimento da presença feminina no setor, os autores reconheceram a necessidade de afirmar outras vozes pouco representadas no campo, incluindo minorias raciais, indivíduos com algum tipo de deficiência e a comunidade LGBTQIA.

Conheça as cientistas brasileiras citadas no editorial:

Vanya R. Pivello

Professora de ecologia na Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa de Pivello foca na ecologia do cerrado brasileiro. Seus trabalhos notáveis incluem a compreensão do papel de gramíneas invasoras na biodiversidade do cerrado e a pesquisa do uso humano do fogo tanto no cerrado quanto na floresta tropical da Amazônia. Seus trabalhos recentes incluem a compreensão do papel do fogo na germinação de sementes em savanas neotropicais.

 

 

Mercedes Bustamante

Professora associada de ecologia na Universidade de Brasília (UnB). Bustamante foi, em 2014, a primeira autora correspondente para o Grupo de Trabalho III do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), Mitigação da Mudança Climática, Agricultura, Silvicultura, e Outros Usos da Terra. A pesquisa de Bustamante foca na fisiologia vegetal e em queimadas nos ecossistemas de savana. Seus trabalhos notáveis englobam contribuições para o estudo dos impactos da deposição de nitrogênio na diversidade vegetal e os impactos do desmatamento, queimadas, e seca na bacia do rio Amazonas. Seus trabalhos recentes tratam do desenvolvimento de uma abordagem para avaliar os impactos da degradação da floresta tropical e os impactos no carbono e na biodiversidade.

Karla M. Longo de Freitas

Cientista sênior na National Aeronautics and Space Administration (Nasa). A pesquisa de Longo foca no sensoriamento remoto de queimadas na América do Sul. Seus trabalhos notáveis incluem contribuições para caracterizar emissões de queimadas durante o experimento Smoke, Clouds, and Radiation-Brazil (Scar-B). Seus trabalhos recentes avaliam emissões de queimadas no cerrado e modelam os impactos das emissões de aerosóis de queimadas na Amazônia.

 

Ane Alencar

Diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). A pesquisa de Alencar foca em queimadas no Brasil, com um recorte para políticas ambientais e sustentabilidade. Seus trabalhos notáveis tratam da avaliação dos impactos das queimadas, desmatamento, e uso da terra em florestas na Amazônia. Em seus trabalhos recentes, tem realizado contribuições para artigos buscando um solução política para o desmatamento ilegal no Brasil e o desenvolvimento de uma abordagem para avaliar os impactos da degradação da floresta tropical e os impactos no carbono e na biodiversidade.

 

Alessandra Fidelis

Professora assistente na Universidade Estadual Paulista (Unesp). A pesquisa de Fidelis foca na compreensão de como as queimadas afetam as savanas tropicais e a pradaria, com ênfase no uso do fogo para lidar com espécies invasivas e na dinâmica vegetal. Seus trabalhos notáveis incluem contribuições para o atual conhecimento ecológico do bioma de tipo campos no sul brasileiro. Em seus trabalhos recentes, tem realizado avaliações do comportamento do fogo e os efeitos em plantas e sementes nas queimadas do cerrado.