newton_edit.jpgMorreu no dia 7 de fevereiro, aos 88 anos de idade, o membro correspondente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) Newton Ennis Morton. Um dos fundadores do campo da epidemiologia genética, o Acadêmico norte-americano estava afiliado à ABC desde 1963. Ele sofria de Alzheimer.
Nascido nos Estados Unidos, Morton residia e trabalhava na Inglaterra. Foi professor na Universidade de Southampton até 2011, quando se aposentou. Seu interesse pela ciência começou ainda criança, quando colecionava borboletas e sonhava em ser um entomologista. Ao se tornar adulto, ele, no entanto, decidiu por seguir a carreira da genética, possivelmente influenciado pelo livro do biólogo evolutivo Theodosius Dobzhansky: “Genetics and the Origin of Species”, uma das mais importantes obras relacionados com a síntese evolutiva moderna.
A carreira de Morton começou no Japão, quando ele trabalhou na Comissão de Acidentes da Bomba Atômica. Ele pesquisou os efeitos da exposição à bomba, em especial aqueles relacionados aos descendentes das vítimas. Publicou também diversos artigos sobre a ligação de grupos sanguíneos com doenças.
O Acadêmico esteve ligado aos estudos da Genética de Populações Humanas brasileira, tendo contribuído para a formação de vários pesquisadores no Brasil. Em 1962, ganhou o prêmio “William Allan” por sua contribuição ao campo da genética humana. Em 1999, em comemoração aos seus 70 anos, foi publicado um livro sobre os recentes avanços na área da epidemiologia genética. Morton deixou cinco filhos e sete netos.