As pessoas estão constantemente vulneráveis a infecções agudas, principalmente as que acometem áreas do corpo mais expostas ao ambiente, como a mucosa intestinal. Embora a maior parte desses casos sejam facilmente curáveis, não se sabe quais são as complicações para o indivíduo a longo prazo, e é exatamente essa investigação que a biomédica Denise Morais da Fonseca propõe em sua pesquisa.

Segundo ela, tais episódios merecem mais atenção, pois seu impacto pode ser silencioso e permanente. “Acreditamos que determinados tipos de infecção podem deixar cicatriz no sistema imunológico do intestino, que passaria a reagir contra a flora residente e componentes da dieta, causando inflamação crônica e predisposição ao desenvolvimento de outras doenças, particularmente as metabólicas, como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares”, ressalta.

Uma das motivações para Denise escolher a carreira de pesquisadora foi que, na época em que prestou vestibular, o mundo conheceu o caso da ovelha Dolly, primeiro mamífero a ser clonado. Isso a motivou a querer buscar novas descobertas. Agora com o apoio do prêmio, ela espera incentivar as futuras gerações. “Ainda temos muito a desenvolver no Brasil. Quero montar um laboratório e ajudar na formação dos meus alunos”, declara ela.

Denise tem 34 anos, é graduada em Ciências Biológicas – Modalidade Médica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), e mestre, doutora e pós-doutora (Imunologia Básica e Aplicada) pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP). Também cursou pós-doutorado no Laboratory of Parasitic Diseases – National Institute of Health (EUA) e, atualmente, é Jovem Pesquisadora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP).