Os efeitos das mudanças climáticas no planeta prometem grandes transformações na vida animal daqui a alguns anos, mas qual será o nível de resistência das espécies para garantir a sobrevivência? A bióloga Fernanda de Pinho Werneck busca a resposta em sua pesquisa, especialmente no caso dos répteis, para identificar os riscos de extinção e a capacidade adaptativa de lagartos da Amazônia e do Cerrado, os dois maiores biomas da América do Sul. “Observamos os limites térmicos extremos em que os lagartos conseguem desempenhar suas atividades motoras usuais e como a variabilidade genética está distribuída no espaço, na expectativa de prever como eles serão afetados em cenários futuros”, explica ela.

Há três anos, a goiana crescida em Brasília levou a experiência do Cerrado para a Amazônia, onde dá continuidade à pesquisa com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre a biodiversidade de áreas ameaçadas e gerar dados relevantes para a conservação. Com a conquista do prêmio, ela espera que o tema chame a atenção da sociedade e das autoridades para que os hábitos atuais sejam revistos e a espécie humana também não sofra drásticas consequências.

Fernanda tem 35 anos, é formada em Ciências Biológicas e mestre em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB). Cursou doutorado em Integrative Biology (Biologia Integrativa) pela Brigham Young University (EUA) e foi bolsista Jovens Talentos do programa Ciências Sem Fronteiras. Atualmente, é pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).