Em maio, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) recebeu a visita do secretário-geral da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Paulo Speller, para firmar parceria em uma nova iniciativa: a criação de um programa de laboratórios ibero-americanos, que funcionará como uma espécie de rede internacional envolvendo instituições de alto padrão de qualidade, em torno dos quais se organizem ou ampliem programas de pós-graduação.
O presidente da ABC, Jacob Palis; Paulo Speller e Jorge Guimarães
A ideia, segundo Speller, é interligar laboratórios destacados em países ibero-americanos, abrindo espaço para promover a mobilidade entre estudantes e professores, de forma que todos possam se beneficiar desses ambientes de ensino e pesquisa. “Junto com isso, pretendemos criar uma espécie de selo para esses laboratórios”, comentou.
O programa será desenvolvido em articulação com as Academias de Ciências desses países, e a ABC, junto com a OEI, é promotora do projeto. O coordenador é o Acadêmico Jorge Guimarães, que atuou como presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) por 11 anos. “o Prof. Jorge tem uma superlegitimidade, tanto no plano nacional, com a ABC, quanto no plano ibero-americano”, afirmou Speller.
Ele ressaltou que a intenção é que o programa seja lançado em maio do ano que vem, durante a comemoração do centenário da ABC. “Para chegar lá, temos algumas etapas a cumprir. Vamos apresentar essa proposta no Conselho de Ministros da OEI, que vai acontecer em outubro, em Quito, no Equador, e queremos a participação de ministros da educação e de ciência e tecnologia, além dos presidentes das Academias de Ciências de toda a Ibero-América.”
Segundo Speller, com a liderança da ABC no projeto, ao lado da OEI, o programa terá “a cara do Brasil”. A ideia é abranger todas as grandes áreas das ciências – das chamadas ciências duras até as ciências sociais e humanas. “Por exemplo, o México tem um grande museu de antropologia em torno do qual se organiza um programa de pós-graduação, com coleções extraordinárias. Com certeza, queremos esse laboratório conosco.” Alguns parceiros que também serão buscados são o telescópio do Chile, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), entre outros. “O Prof. Jorge Guimarães vai coordenar essa listagem.”
A articulação com a América Latina será forte, informou Speller. “Chamaremos as Academias, os Ministérios e as universidades para participar da construção desse projeto.”