No dia 4 de junho, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro (Secti-RJ) passou a ser assumida pelo engenheiro e então vice-secretário Luiz Edmundo Costa Leite, substituindo o deputado Alexandre Cardoso, que vai disputar as próximas eleições para a Prefeitura de Duque de Caxias. O local escolhido para a cerimônia de transmissão do cargo foi a sede da ABC, confirmando a continuidade da parceria entre a Academia e a Secti.

O reitor da Uenf, Silvério Freitas, o reitor da Uerj, Ricardo Vieira Alves, o novo secretário de C&T, Luiz Edmundo Costa Leite,
o deputado Alexandre Cardoso, o diretor da ABC Luiz Davidovich, o reitor da Uezo, Roberto S. de Moura, e o presidente da Faperj, Ruy Marques

O auditório ficou lotado e, entre os Acadêmicos presentes, estavam o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Jerson Lima; o diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Carlos Aragão; o pesquisador do Museu Nacional e editor dos Anais da ABC Alexander Kellner; o diretor do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), César Camacho; o pesquisador do Impa Carlos Gustavo Moreira; o Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Nelson Maculan Filho; o coordenador de Ensino e Pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia, Antonio Carlos Campos de Carvalho; e o secretário executivo da ABC, Lindolpho de Carvalho Dias.
O diretor da ABC, Luiz Davidovich (foto ao lado), participou da mesa representando o presidente da Academia, Jacob Palis. Além dele, também compuseram a bancada o reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Vieira Alves, o reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminente (Uenf), Silvério Freitas, o reitor do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), Roberto S. de Moura, e o presidente da Faperj, Ruy Garcia Marques, além de Alexandre Cardoso e Luiz Edmundo Costa Leite.
Davidovich declarou ser simbólico para a ABC abrigar a posse de um secretário estadual de C&T: “Somos companheiros na luta pela Ciência e Tecnologia, que já fez o financiamento aumentar bastante. É importante ter esse tipo de apoio”. Ele afirmou que a Academia reconhece no deputado Alexandre Cardoso um verdadeiro batalhador, que buscou não apenas o crescimento da ciência, mas também a melhoria do ensino profissionalizante. “O Luiz Edmundo também é um amigo. Estou certo de que ele vai seguir a rota traçada nos últimos anos.”
Alexandre Cardoso acentuou que foi gratificante fazer parte do governo Sérgio Cabral. “Saímos do verbo e entramos na verba. Um exemplo é a Faperj ter conseguido 2% da receita líquida estadual para o seu orçamento. São mais de 1 bilhão e 500 milhões de reais para inovação e pesquisa”, comemorou o então secretário de C&T, que também relembrou que as três universidades estaduais ali presentes tiveram seus recursos da Faperj mais que dobrados. Cardoso mencionou, ainda, os investimentos na Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e a criação de 34 Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs): “São verdadeiras escolas de ponta de qualificação profissional e ensino técnico”.
Segundo o deputado, a diferença da sua gestão é que ela foi feita “não por um secretário, mas por uma equipe”. Cardoso declarou também que a Secti passou a ter um “norte político, e não na politicagem”, e será natural para Luiz Edmundo Costa Leite dar continuidade a esse processo, uma vez que o engenheiro agirá com competência. “O maior desafio do estado é diminuir a diferença entre quem tem e quem não tem, essa hegemonia social. E a ciência é para isso.”
O então secretário enfatizou a importância do compromisso com a transparência e a verdade: “A honestidade não é uma vantagem. É um princípio que todo homem tem que ter”. Alexandre Cardoso comentou, ainda, que Costa Leite pode fazer um trabalho melhor que o dele, e que cada funcionário e dirigente deve se sentir também um secretário. “Vamos deixar a Secretaria na certeza de um sucesso. Aproveito para agradecer a parceria com a ABC.”

Luiz Edmundo Costa Leite e Alexandre Cardoso
Luiz Edmundo Costa Leite se disse honrado pela presença de tantas pessoas ilustres. “Nunca passou pela minha cabeça que um dia eu estaria na ABC sendo recepcionado por um dos maiores físicos do Brasil, Luiz Davidovich, com tantos Acadêmicos presentes”, comentou o engenheiro. Ele afirmou que, na Secti, atuará na articulação dos dois principais eixos de trabalho: o incentivo a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com ênfase na inovação e o crescimento e aperfeiçoamento do ensino superior e técnico do estado. Costa Leite declarou que um dos focos deve se concentrar na formação de mão-de-obra, que tem alta demanda no Rio de Janeiro e no país.
Ele recordou os projetos de grande significância da Secretaria, como o Museu Ciência e Vida de Duque de Caxias, “do qual o Alexandre Cardoso é o pai e eu sou o padrinho”. O sucessor do cargo disse ser impossível substituir o deputado: “Ele tem pertinácia para encontrar soluções para os problemas, encarnando a máxima de Auguste Comte – amar, pensar, agir. Mas levará essa capacidade de trabalho para construir infraestrutura e desenvolver a Baixada Fluminense”. Segundo Costa Leite, C&T não podem deixar de estar inseridas na alavanca do desenvolvimento. “Temos a obrigação de deixar um legado. Não podemos perder o bonde nessa história.”
O novo secretário também agradeceu a confiança de Alexandre Cardoso e do governador Sérgio Cabral e citou um Acadêmico: “Ricardo Paes e Barros diz que vivemos uma instabilidade social inaceitável, em que a maior parte da riqueza está nas mãos de pouca gente. É imprescindível darmos oportunidade a todos”.