Inaugurado em julho de 2010, o Museu Ciência e Vida é um marco na história de uma região que, por muito tempo, foi bastante negligenciada em relação às políticas estaduais de difusão da ciência e cultura. Localizado no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o museu vem proporcionando à população local a oportunidade de ter novas experiências e ampliar seu conhecimento científico, através de vivências que priorizam a interatividade.
Projeto da Fundação Centro de Ciências e de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Fundação Cecierj), que faz parte da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, comandada pelo deputado Alexandre Cardoso, o museu conta com diversas exposições, voltadas tanto para o público escolar quanto para adultos. Em maio, o museu inaugurou quatro novas exposições: “Leonardo da Vinci – Maravilhas Mecânicas”, do Museu de Astronomia e Ciências Afins; “Nascer” e “Fotografias da Ciência na Amazônia”, da Fiocruz; e “Céu – Espelho de culturas”, da Aliança Francesa.
Ainda no mês de maio, o museu Ciência e Vida exibe também a exposição “Energia Nuclear”, que busca responder a uma série de dúvidas sobre esse tipo de fonte energética, levando em conta o desastre natural no Japão que culminou em uma crise nuclear do país.

Além disso, o Museu Ciência e Vida promove palestras, como “A socialização do conhecimento em museus e centro de ciência” – que era voltada para professores – e oficinas, entre elas “O detetive químico” e “Sustentabilidade em cena”, que receberam o mesmo tipo de público. O espaço conta, ainda, com um planetário que, com um sistema de alta tecnologia, permite a visualização do universo em sua amplitude. Com uma cúpula de oito metros de diâmetro, o Planetário Marcos Pontes (em homenagem ao primeiro astronauta brasileiro), promove a oportunidade de se conhecer o processo de formação estelar, o Sistema Solar e outros temas referentes à Astronomia.
Oferecendo uma gama diversificada de atividades gratuitas em uma região com precariedade de ofertas desse tipo, a tendência do Museu Ciência e Vida é receber um público cada vez maior. Enquanto, no mês de janeiro, o museu atendeu a 1.460 visitantes, em março esse número subiu para 2.922. Desde sua inauguração, o público total correspondeu a quase 60 mil visitantes. O presidente da ABC, Jacob Palis, conheceu o museu e falou sobre a sua notável importância:
O que o Museu Ciência e Vida representa para o município de Duque de Caxias?
O museu é uma verdadeira vitória para a região, não apenas para Duque de Caxias, mas para toda a Baixada Fluminense e para o Estado do Rio de Janeiro. Historicamente, essa parte do Estado foi sempre meio esquecida no que diz respeito à disseminação da cultura, da ciência, do conhecimento em geral. Mas o sucesso que o museu vem atingindo está mostrando que a população local tem interesse por estes temas, o problema era a escassez de opções. Felizmente o secretário estadual de C&T, Alexandre Cardoso, percebeu essa lacuna e trabalhou para a realização desse projeto.
Como o senhor acha que o museu pode contribuir para o desenvolvimento da região?

O museu pode despertar o interesse dos jovens pela ciência e, quem sabe, até mesmo estimulá-los a seguir uma carreira científica, colaborando para suprir a falta de pesquisadores e tecnólogos no país. Essa é uma das políticas da ABC: buscar os jovens talentos em qualquer lugar, não importa onde estejam. E, sem dúvida, existem talentos na Baixada que, muitas vezes, acabam não sendo incentivados, por conta da falta de oportunidades. E, em se tratando dessa região, mais especificamente, acredito que essa nova aproximação com a ciência e educação deverá contribuir, levando a boa cidadania à população mais jovem. E esse fator deve colaborar até mesmo para reduzir a violência porque, quanto mais perto dos estudos, mais longe os jovens ficam de influências negativas.
O que o senhor considerou mais atraente no museu?
O lugar como um todo foi muito bem projetado; há uma equipe excelente por trás das exposições de modo a torná-las muito atraentes para um público bastante diversificado. As atividades são interativas, a linguagem é simples, há muitos aspectos que podem despertar o interesse dos jovens. O planetário é bastante moderno – ninguém diria que ele fica em Duque de Caxias, e não nos Estados Unidos ou na Europa! A Secretaria Estadual de C&T e todo o pessoal que atuou no projeto estão de parabéns; é um trabalho de primeira qualidade, que reflete a importância dada à Ciência e Tecnologia pelo atual governador, tanto que a Academia Brasileira de Ciências o homenageou como Governador da Ciência. Nos próximos anos, nossa Academia terá uma nova sede – um belo prédio cedido pelo Governo do Estado -, com espaço para exposições e palestras de divulgação científica. A experiência do Museu Ciência e Vida certamente será uma fonte de inspiração para estruturar nossa programação educativa. O Alexandre Cardoso é, também, o Secretário da Ciência.