Diante do enorme impacto da crise financeira mundial, as metas da TWAS não vão mudar. Como no passado, a Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento continuará buscando contribuir para “um mundo em que todos os países possam fazer boa ciência e onde os frutos da pesquisa científica crie uma comunidade de nações mais prósperas e pacíficas.”

Essa foi a mensagem do presidente da TWAS e da ABC, o matemático Jacob Palis, na abertura da 22ª Reunião Geral realizada em Trieste, na Itália, no dia 21 de novembro. Os outros componentes da mesa da cerimônia foram o prefeito de Trieste, Roberto Cosolini; Alessandro Giachetti, da Prefeitura; a representante do Ministério de Relações Exteriores, Immacolata Pannone; o diretor do Escritório da Unesco em Veneza, Engelbert Ruoss; e o diretor do Centro Internacional Abdus Salam para Física Teórica, Fernando Quevedo. Mais de 250 pessoas de 40 países participaram do evento.

Palis observou que a crise financeira que teve início há três anos mostrou a real dimensão do seu impacto no ano de 2011. “Os países desenvolvidos agora enfrentam as piores circunstâncias econômicas dos últimos 50 anos”. Ele avaliou que as medidas de austeridade para lidar com a crise foram mais intensas na Europa e que os EUA “estão tentando colocar a casa em ordem”. Por outro lado, economias emergentes como o Brasil, a China e a Índia, entre outras, se saíram melhor na crise. “Essas nações continuam crescendo, seus investimentos em ciência e tecnologia continuam aumentando e tanto a geração de riquezas como a redução da pobreza estão se movendo numa direção positiva.”

O objetivo da TWAS, segundo Palis, sempre foi e continua sendo contribuir para um maior equilíbrio e equidade em todo o mundo. Para ele, a cooperação Sul-Sul ainda é muito necessária, dado que diversos países dessa região continuam para trás em termos de capacidade científica. Ao mesmo tempo, o crescimento científico de países como Brasil, China e Índia indica que a cooperação entre esses países venha a ser mais intensa e frutífera nos anos vindouros.

Palis destacou que, por outro lado, a cooperação Norte-Sul se faz mais premente, em função dos problemas ambientais urgentes e da necessidade de soluções inovadoras para o crescimento econômico baseado na ciência e a criação de novos empregos. Concluindo, o presidente ressaltou que as dificuldades que o mundo confronta hoje requerem cooperação científica internacional e transcende fronteiras e regiões geográficas.