Carlos Garcia, Alvaro Crósta e Osmar Pinto Junior

Crateras meteoríticas

O primeiro palestrante de Ciências da Terra, coordenada pelo Acadêmico Reinhardt Fuck, foi o geólogo Alvaro Crósta, Professor Titular do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas. Crósta graduou-se pela Universidade de São Paulo (USP), concluiu o mestrado no Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), o doutorado no Imperial College, em Londres e cursou pós-doutorado no Instituto de Pesquisa do Deserto (DRI, na sigla em inglês), da Universidade de Nevada, em Reno, nos EUA.

Ele apresentou o trabalho Crateras meteoríticas: avanços das pesquisas no Brasil, América Latina e Caribe, formações que são observadas quando ocorre o impacto de algum meteorito com um planeta, astro ou satélite. “As crateras meteoríticas possibilitam o estudo do processo geológico de evolução das superfícies planetárias em todos os corpos sólidos. Sabe-se que a Lua foi bombardeada durante sua história devido à sua superfície toda irregular em formato de crateras”, exemplificou Crósta.

Na Terra, os impactos são associados com a geração de depósitos minerais como ferro, petróleo e gás, diamantes negros, entre outros. Segundo o cientista, as crateras têm sido utilizadas com diversos objetivos. “São úteis em projetos de educação geocientífica – museus, geoturismo, etc. -, como laboratórios naturais para estudos de processos planetários e até mesmo como reservatórios para recursos hídricos e hidroenergéticos”, disse Crósta.

Oceanografia polar

O segundo palestrante foi o oceanógrafo Carlos Alberto Eiras Garcia, Bacharel em Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Doutor em Oceanografia pela Universidade de Southampton, nos EUA. Atualmente é Professor Titular do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e coordenador geral do Grupo de Oceanografia de Altas Atitudes (GOAL), no Rio Grande do Sul

Garcia apresentou o trabalho Avanços e perspectivas da oceanografia polar na América Latina e no Caribe. Segundo o pesquisador, o Oceano Austral, ou Oceano Antártico, é o único que conecta todos os outros oceanos e exerce papel fundamental no equilíbrio climático global. “Além disso, enriquece as águas dos oceanos globais, pois carrega nutrientes essenciais para as microalgas, que são a base da cadeia alimentar marinha”, explicou o cientista.

Qualquer mudança no clima antártico é transmitida em cadeia ao resto do globo. “Esperamos evoluir em novas pesquisas que precisam ser feitas como, por exemplo, o estudo da captação e fluxo do gás carbônico que ocorre na região. Outro ponto importante é a perspectiva de cooperação com os demais países da América Latina e Caribe”, destacou Garcia.

Estudo dos raios

O último palestrante foi o engenheiro eletrônico Osmar Pinto Júnior, doutorado em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pós-doutorado na Universidade de Washington, nos EUA. Atualmente, Pinto Júnior é Pesquisador Titular do INPE e coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT/INPE).

Ele apresentou o trabalho Avanços e Perspectivas da Pesquisa sobre Raios no Brasil, América Latina e Caribe. “Nosso país é o campeão mundial em incidência de raios, com cerca de 50 a 60 milhões por ano. Anualmente, eles causam cerca de 130 mortes e prejuízos que chegam na casa de um bilhão de reais. Muitos incêndios e mortes de gado são observados, mas os maiores danos ocorrem no setor elétrico”, informou Pinto Júnior.

Segundo o cientista, um novo desafio para as pesquisas do grupo é avaliar a relação da incidência de raios em determinada região com fenômenos naturais, como o aquecimento global, ilhas de calor em metrópoles e poluição. “Pretendemos contribuir com possíveis soluções”, afirmou Osmar Pinto Júnior.