Incentivar a formação de redes temáticas com a participação de pesquisadores de vários países é um dos objetivos que o único brasileiro membro do ERTL Center for Electrochemistry e Catalysis, Hamilton Varela quer disseminar pelo Brasil. Varela é professor do Instituto de Química da USP de São Carlos, especialista em sistemas complexos e eletroquímica, e em abril, esteve na Coreia do Sul, para a participação em dois eventos internacionais.

O primeiro deles foi o 1º Simpósio em Eletroquímica e Catálise, realizado pelo ERTL Center, na cidade de Gwangju. No segundo evento, o 1º Fórum de Energia e Nanobiotecnologia, sediado em Damyang, Varela, juntamente com outros quatro pesquisadores alemães e coreanos, foi escolhido para integrar o comitê que irá trabalhar na elaboração do plano de gestão do ERTL Center.

Segundo o pesquisador da USP, uma das prioridades da instituição é investir em ciência básica, pois em países como a Coreia do Sul, grande parte dos recursos são destinados às ciências aplicadas. “Obviamente o investimento em ciência aplicada foi fundamental para o crescimento da Coreia do Sul; no entanto, a falta de investimento em ciência básica pode resultar numa estagnação do sistema como um todo. O foco principal do ERTL Center é o desenvolvimento de projetos em ciência básica, com gestão inspirada no modelo da Sociedade Max Planck”, explica.

No Brasil, a complexidade associada à cadeia de produção e utilização do bioetanol tem motivado a criação de redes nacionais voltadas a sua devida compreensão e utilização. “O Brasil está se estruturando na área da formação de redes temáticas em vários níveis. Particularmente no caso do bioetanol, iniciativas como o Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) certamente garantirão parcerias com iniciativas globais, como é o caso do ERTL Center”, explica Varela, que atua na área dos sistemas complexos e da utilização eletroquímica de combustíveis renováveis como o bioetanol.

A formação de redes temáticas globais é um dos grandes interesses de um dos cientistas mais respeitados do Brasil, o Acadêmico Sérgio Mascarenhas, que garante que a participação do Brasil nessa rede é de grande importância para a ciência. “Ter o Brasil nela representado mostra que o país tem muito a contribuir para o desenvolvimento cientifico mundial.”