Dentre mais de 540 de inscritas, a pesquisadora Annelise Casellato, da área de Ciências Químicas, foi uma das sete jovens cientistas de diversas regiões do Brasil escolhidas para receber o Prêmio LOréal-Unesco-ABC Para Mulheres na Ciência 2009 – uma bolsa auxílio no valor 20 mil dólares, pelo seu trabalho no desenvolvimento de novos complexos com potencial atividade biorremediadora, desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com graduação, mestrado e doutorado em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina e pós-doutorado em Química Bio-Inorgânica pela Universidade de Queensland, na Austrália, a cientista foi a única ganhadora do Prêmio LOréal para Mulheres na Ciência 2009 na área das Ciências Químicas.

Com o projeto premiado, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro pretende sintetizar complexos metálicos que sejam capazes de degradar um tipo específico de proteína. “Esses compostos sintéticos são inspirados em uma enzima que atua na degradação de moléculas organofosforadas – semelhantes aos pesticidas utilizados em plantações de tomate no Brasil – e têm chamado a atenção de pesquisadores por ser uma estratégia atraente, uma vez que sua obtenção é mais barata e simples que a utilização de enzimas que normalmente requerem condições mais específicas para serem eficientes”, explica a cientista. A pesquisa que desenvolve está inserida na área da Química conhecida como Bio-Inorgânica, que corresponde ao estudo do papel dos metais em sistemas biológicos.

Annelise acredita que a conquista do prêmio foi um grande incentivo para a busca por mais resultados, para a geração de novos conhecimentos e para atuar na formação de outros alunos de graduação e pós-graduação. Além da satisfação pessoal, a pesquisadora garante que a projeção que ganhou promove, também, uma satisfação profissional. “A aprovação de um projeto como esse em tão pouco tempo aumenta muito a visibilidade da linha de pesquisa. Com isso, a tendência é ter cada vez mais estudantes interessados na área e conseguir consolidá-la na instituição em que trabalho”, comemora a pesquisadora, que pretende utilizar os recursos recebidos na aquisição de materiais, instrumentos e reagentes para o início do projeto.

A cientista avalia que o prêmio, oferecido pela LOréal, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a Unesco, é muito importante por garantir o financiamento inicial para o desenvolvimento de bons projetos. Annelise ressalta que programas como esse já apresentam resultados. “Uma prova dos frutos positivos gerados é que a participação feminina vem aumentando na Ciência. Hoje, aproximadamente 48% das bolsas do CNPq vão para mulheres, o que evidencia que a qualidade das pesquisas desenvolvidas também vem crescendo”.