O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Doenças Tropicais (INCT-DT), coordenado pelo Acadêmico e Professor Titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Edgar Marcelino de Carvalho Filho, tem como objetivo utilizar o conhecimento científico gerado sobre enfermidades como a Doença de Chagas, a Tuberculose e a Hanseníase em benefício das populações afetadas. “A missão do instituto é formar recursos humanos na área de ciência e tecnologia, com o foco de desenvolver atividades de pesquisa de ponta que possam ser aplicadas no controle e na atenuação das manifestações clínicas dessas enfermidades”, esclarece Carvalho, que é formado em Medicina pela UFBA e possui pós-doutorado em Alergologia e Imunologia pela Cornell University, nos Estados Unidos.

O INCT-DT, que também estuda as doenças Leishmaniose, Esquitossomose e a infecção HTLV-1, possui sede no Serviço de Imunologia (SIM) do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgar Santos na UFBA. O órgão, reconhecido internacionalmente como centro de excelência na análise de enfermidades tropicais, mantém um convênio com universidades estrangeiras e com colaboradores de diversas instituições do país. Além do SIM, participam do instituto as universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio Grande do Norte (UFRN) e os centros de pesquisa da Fiocruz Gonçalo Muniz, na Bahia, e René Rachou, no estado de Minas.

Uma das principais metas do INCT-DT no campo de pesquisa clínica é identificar os mecanismos relacionados com a patogênese de doenças tropicais e os marcadores de evolução e de resposta terapêutica. “A função essencial do instituto é desenvolver novas estratégias para o tratamento e o controle dessas enfermidades”, acentua o coordenador Carvalho, que também atua como representante de uma das áreas das Ciências Biológicas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Ampliar a atuação na informação da população leiga e aumentar o contingente de vagas para alunos de iniciação científica, pós-graduação e pós-doutorado fazem parte da proposta do instituto. “Pretendemos criar um programa de participação comunitária para o controle da Esquistossomose e da Hanseníase em áreas endêmicas e implementar um projeto de treinamento de profissionais do setor de saúde voltado para o diagnóstico e o tratamento da Leishmaniose”, assegura Carvalho. O pesquisador destaca que esclarecer a população sobre as formas de apresentação e de transmissão da doença é fundamental para garantir a prevenção e o diagnóstico precoce. “Primeiro vamos identificar os biomarcadores imunológicos de patologia e resistência, depois testaremos a eficácia de terapias alternativas e, a longo prazo, buscaremos identificar os antígenos com potenciais imunoterápicos ou profiláticos”, informa.

Carvalho acredita que o Brasil está em uma fase de grande apoio à ciência e à tecnologia através do ministério do setor, que conta com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como principal fomentador de pesquisa. “A manutenção de projetos como os INCTs, que tiveram início com o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência ( Pronex) e mais tarde com o Instituto do Milênio, são indispensáveis para o desenvolvimento de projetos de longa duração que possam contribuir para o progresso e o desenvolvimento científico do país”, finaliza o Acadêmico, que aposta na ciência e no conhecimento como poderes transformadores capazes de melhorar a qualidade de vida da população brasileira.