Graduou-se em ciências biológicas pela Faculdade de Humanidades Pedro II (1976), obtendo o mestrado (1982) e o doutorado em ciências biológicas/biofísica (1987), ambos pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez estágios de pós-doutorado na Universidade do Estado de Nova Iorque, em Búfalo (EUA, 1990) como bolsista do Instituto de Câncer Roswell Park/SUNY e no Instituto Politécnico Nacional do Centro de Pesquisa e de Estudos Avançados do México (1998) na área de protozoologia de parasitos, como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Especializou-se em gestão do conhecimento e inteligência empresarial (2006) pelo Centro de Referência em Inteligência Empresarial do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ. É docente da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), com experiência didático-científica em fisiologia das interações células-células e células-matriz extracelular. Além da ABC, também é membro da Academia de Ciências de Nova Iorque (EUA) e da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB).
Área de Pesquisa: Ciências Biomédicas
Fernando de Castro Reinach
O objetivo de nosso laboratório é descrever as alterações estruturais que ocorrem no filamento fino de músculo esquelético quando o cálcio se liga à troponina C. Utilizamos técnicas de Biologia Molecular para produzir mutações nas proteínas que compõem o sistema regulador presente nesse filamento e analisamos suas funções in vitro e in vivo.
O filamento fino de músculo esquelético é uma estrutura supra-macromolecular capaz de amplificar e transmitir o sinal de ligação do cálcio. A ligação de cálcio à troponina C ativa sete moléculas de actina, sendo que a mais distante se localiza a 200Â da troponina C. A informação é transmitida da troponina C para os outros componentes da troponina (troponina T e troponina I), em seguida para a tropomiosina e finalmente para as sete actinas que fazem contato com a tropomiosina. Este sistema regulatório é capaz de ativar a contração muscular 200 milisegundos após o aumento do cálcio intracelular.
Este “interruptor molecular” que oscila entre um “on state” (cálcio ligado) e um “off state” (cálcio desligado), apresenta um alto grau de acoplamento entre a ligação do cálcio e a interação actina-miosina. Quando o cálcio está ligado, a afinidade da actina pela miosina aumenta e, quando aumentamos a afinidade da actina pela miosina, a finidade da troponina C pelo cálcio também aumenta. Existe portanto um acoplamento físico e energético entre estes dois fenômenos. Com base nesta observação, demonstramos que mutações capazes de deslocar o equilíbrio entre o “on”e “off states” do complexo podem ser usados para definir os aminoácidos de cada subunidade proteica envolvidos na transmissão da informação.
Fernando Garcia de Mello
Graduado em ciências biológicas modalidade médica (1968) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em medicina (1972) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também em 1972, realizou curso de especialização em biofísica na UFRJ e, no ano seguinte, concluiu o mestrado nas mesmas área e instituição. Em 1980, também na UFRJ, concluiu o doutorado em biofísica e realizou estágios de pós-doutoramento nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, e na Universidade do Noroeste, no estado de Illinois, também nos Estados Unidos. Tem experiência na área de biofísica, com ênfase em biofísica molecular. Com mais de 45 anos dedicados à pesquisa e ao conhecimento, o Acadêmico reúne prêmios e títulos, dentre os quais destacam-se: Prêmio Gustavo Lessa (1980), do Instituo Brasil Estados Unidos; Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (1998); e a Medalha Neurociência Brasil (2012), da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC). Além de fazer parte da ABC, também possui vínculos com a Academia Mundial de Ciências (TWAS), a Academia de Ciências da América Latina (ACAL), a Fundação Inovadora Mundial (WIF, na sigla em inglês) e com a Sociedade Internacional de Neuroquímica (ISN, na sigla em inglês). Segundo amigos, Fernando “sabe fazer ciência em grupo e sabe dividir conhecimento”.
Firmino Torres de Castro
Firmino Torres de Castro, nascido em 01/01/20 formou-se em Medicina em 1942 na Universidade Federal de Pernambuco. No mesmo ano fez o Curso de Biologia do Instituto Oswaldo Cruz, tornando-se logo após a formatura, Pesquisador Contratado do mesmo Instituto. No período 1954 -1956, foi bolsista do CNPq na Wisconsin University, USA. Foi Biologista Pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz no período 1961-1973. No período 1963-1965 foi bolsista do governo francês no Centre d’Études Nucléaires em Sacley, França. No período 1965-1966, foi bolsista da John Simon Guggenheim Foundation no Einstein College of Medicine, New York. Obteve o título de Livre-Docente Doutor (Bioquímica) na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1971. Tornou-se Professor Adjunto do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro a partir de 1973. No período 1971-1974 foi Diretor do Setor de Biologia do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq). Em 1973 foi Pesquisador Visitante de Instituições Científicas da Grã-Bretanha, através o convênio CNPq-Royal Society. Em 1978 foi Pesquisador Visitante na Université Paris VII.
Francisco Jeronymo Salles Lara
O Prof. Francisco J. S. Lara iniciou sua formação na Secção de História Natural da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. A fim de completar a formação ali recebida, conseguiu ir para a Universidade de Stanford, California, USA, onde acabou obtendo seu doutoramento com o Prof. C. B. van Niel, um grande formador de cientistas e professores universitários. Ao voltar ao Brasil fixou-se inicialmente como um pesquisador independente no Instituto de Biofísica da então Universidade do Brasil, dirigido pelo Prof. Carlos Chagas Filho. Saiu dali para integrar o Departamento de Bioquímica da recém instalada Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Finalmente foi para São Paulo, como Professor-colaborador junto ao Departamento de Botânica da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras a fim de ministrar Bioquímica aos alunos de Biologia. Foi neste cargo que começou a estudar pufes de DNA que ocorrem nos cromossomos politênicos de Rhynchosciara americana. Seu grande mérito consistiu em reconhecer ser este um problema da nova disciplina de Biologia Molecular que então entrava em sua fase de desenvolvimento geométrico. Foi Professor Titular na disciplina de Biologia Molecular da antiga Faculdade de Farmácia e Bioquímica. Organizou a Pós-Graduação em Bioquímica na USP. Lara usou o estudo dos pufes de DNA para formar seus estudantes na nova disciplina e introduziu suas técnicas e modo de ataque a problemas científicos no Brasil. No presente ele tem a seu crédito a formação de 19 Doutores e 7 Mestres, tendo publicado 60 artigos originais em revistas de renome internacional. O principal feito de seu laboratório consistiu em descobrir, na década de 70 que os pufes de DNA são responsáveis pela formação de ácidos mensageiros, o que norteou as pesquisas no campo desde então.
Contribuiu significativamente para a reorganização da Sociedade Brasileira de Bioquímica, tendo sido seu primeiro Secretário-Executivo (1967) e seu Presidente (1978). Foi Membro do Comitê de Simpósios da União Internacional de Bioquímica (1976/1982) e Coordenador para o Brasil do Programa Multinacional de Bioquímica da OEA (1969/1971).
Lara foi a força motriz inicial do projeto BIOQ.FAPESP que empregou cerca de US$ 1.500.000 durante sua vigência na década de 70. A implementação deste programa é em grande parte responsável, pelo desenvolvimento da Bioquímica e da Biologia Molecular em São Paulo.
Em 1989, mudou-se para o Instituto de Biociências da USP, Departamento de Biologia, como Professor Titular em Biologia, tendo se aposentado em 1995.
Francisco Lacaz de Moraes Vieira
Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1964. Doutorou-se em Medicina em 1967, sob a orientação do Prof. Gerhard Malnic, desenvolvendo tese sobre Fisiologia Renal. Fez seu pós-doutoramento na Universidade de Harvard, no Biophysical Laboratory, Harvard Medical School, com o Prof. Arthur K. Solomon, trabalhando em transporte de água em hemácias. Nesse período, paralelamente desenvolveu abordagem termodinâmica do transporte de íons em membranas epiteliais. Ingressou como Assistente da Faculdade de Medicina da USP em 1964. Em 1970, com a reforma universitária, passou a exercer suas atividades de ensino e pesquisa no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, onde galgou as posições de Livre-Docente, Professor Adjunto e Professor Titular. Foi Pesquisador Visitante em vários laboratórios: Universidade de Aberdeen (Escócia), Centro de Estudos Nucleares de Saclay (França), Universidade Católica de Leuven (Bélgica), National Institutes of Health (USA). É Membro Titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e Assessor Científico da FAPESP, CNPq e FINEP. Exerceu a chefia do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB, USP em várias gestões. Foi Vice-Presidente e Presidente da Sociedade Brasileira de Biofísica e Membro do Conselho Científico da FUNBEC. Sua linha de pesquisa é o transporte de moléculas através de membranas epiteliais. Atualmente se dedica ao estudo da biologia celular das junções estreitas (“tight-junctions”) em epitélios. Possui 40 trabalhos completos publicados em revistas internacionais, além de comunicações em congressos nacionais e internacionais.
Frederico Guilherme Graeff
FREDERICO GUILHERME GRAEFF, nasceu em Araraquara, SP em 1940, graduou-se em Medicina na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) em 1963.
Estágios: Pós-doutorado: Departamento de Farmacologia, Harvard Medical School, E.U.A., 1968 a 1969. Professor Visitante – Departamento de Psicologia Experimental, University of Oxford, U.K., 1978 a 1979.
Publicações: Revistas internacionais – 97; nacionais – 16. Capítulos em livros internacionais – 16; nacionais – 10. Livros publicados no Brasil – 2.
Apresentações: Congressos internacionais – 57; nacionais – >150.
Orientações: em andamento, mestrado – 1, doutorado – 4; completadas, mestrado = 13, doutorado – 20.
Fundação de laboratórios: Laboratório de Neuropsicofarmacologia, Departamento de Farmacologia – FMRP _ USP; Laboratório de Psicofarmacologia Clínica – Hospital das Clínicas, FMRP, USP; Laboratório de Psicobiologia – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP.
Sociedades científicas: SBPC, SBFTE, SBNeC, IBRO.
Edição de revistas científicas: Braz. J. Med. Biol. Res. (Editor da Área de Neurociências e Comportamento), Behav. Brain Res. (Membro do Corpo Editorial), Pharmacol. Biochem. Behav. (Membro do Corpo Editorial).
Pareceres: FAPESP, CNPq, Wellcome Foundation (U.K.) e Health Research Council of New Zealand.
Outras informações: Bolsista do US National Health Service (Fogarty Fellowship), 1968-1969. Membro Titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, 1981. Prêmio Jabuti 1984 pelo livro “Drogas Psicotrópicas e seu Modo de Ação”, 1ª edição. Presidente da Sociedade Brasileira de Psicobiologia – 1984 a 1986. Vice-Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP, de 1988 a 1992. Pronunciou a “Annual Faculty Lecture” no University of Walles College of Cardiff”, Cardiff, UK, 1989. Vice-Coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa de Neurociências e Comportamento da USP, de 1990 a 1993. Coordenador do Projeto Temático de Equipe FAPESP nº 90/3474-0, US$ 323,000.00 em vigência. Bolsista do CNPq, categoria 1A (nº 300577/80-0) de 1990 a 1994.
Membro Emérito do Departamento de Psiquiatria Biológica da Associação Brasileira de Psiquiatria, 1993.
George Alexandre dos Reis
Quando estudante de Medicina, iniciou na carreira científica como estagiário de iniciação científica do Dr. Gilberto Oliveira-Castro, no Instituto de Biofísica da UFRJ, descrevendo as bases iônicas da hiperpolarização lenta de macrófagos murinos. Na pós-graduação, o convívio com o orientador, Prof. Dr. Marcello Barcinski criou o interesse pelas células do sistema imunológico. No mestrado, mostrou as funções do macrófago nas lesões cardíacas pós-estreptocócicas mediadas por linfócitos T (The Lancet 1980; J. Immunol. 1982), o que valeu o Prêmio Lafi de Ciências de 1981 (São Paulo). Já como médico, trabalhou como bolsista da Fogarty Foundation nos NIH, EUA, entre 1980-82 no laboratório dos Drs. William Paul e Ethan Shevach, publicando trabalhos originais sobre: i) a determinação de genes Ir por moléculas de histocompatibilidade estranhas e a primeira demonstração de que a tolerância imunológica ao próprio é determinada por genes de histocompatibilidade (J. Exp. Med. 1983); ii) uma das primeiras análises do mecanismo de supressão exercido pela ciclosporina (J. Immunol. 1982; J. Clin. Invest. 1983); iii) e a ligação entre memória antigênica e autorreatividade para moléculas de histocompatibilidade em linfócitos T, emulando a seleção positiva tímica (J. Immunol. 1981, Eur. J. Immunol. 1985, Immunol. Today 1994,1998). Doutor e docente do Instituto de Biofísica em 1983, formou o seu grupo de pesquisa, publicando trabalhos sobre autorreatividade e regulação imunofarmacológica de linfócitos T. Foi Secretário-Geral da Sociedade Brasileira de Imunologia e Coordenador de Pós-Graduação do Instituto de Biofísica da UFRJ. Em 1987, transferiu-se para o Instituto de Microbiologia da UFRJ. Coordenou a área Biomédica da assessoria à FAPERJ entre 1988-89. Em 1991, após novo período no exterior e graças a apoio da OMS, reestruturou seu laboratório para a pesquisa da imunologia de doenças parasitárias. Em 1992, tornou-se professor titular e livre-docente de Imunologia da UFRJ e editor seccional de Imunologia do Braz. J. Med. Biol. Res. Em 1995, foi indicado e eleito Membro Associado da Academia Brasileira de Ciências. Em 1997, retornou ao Instituto de Biofísica, onde chefia atualmente o Laboratório de Biologia Imunitária, orientando pós-doutores, alunos de doutorado, mestrado e iniciação científica. É coordenador científico do Instituto de Biofísica, fomentando linhas de pesquisa estratégicas para a instituição. Seus projetos de pesquisa, apoiados pelo PADCT e PRONEX, estão articulados com vários colaboradores nacionais e estrangeiros. Recentemente, vem contribuindo em diferentes áreas da imunologia de doenças infecciosas, tais como: i) a descrição da apoptose de linfócitos T na doença de Chagas (J. Immunol. 1995, 1998, Eur. J. Immunol. 1998), a primeira em uma doença parasitária; ii) o papel determinante da molécula CTLA-4 na imunossupressão no kalazar (J. Infect. Dis. 1998), e iii) o mapeamento fino e análise de moléculas parasitárias determinantes de virulência (J. Immunol. 1996, 1998). Orientou 6 teses de mestrado e 5 teses de doutorado. É pesquisador 1-A do CNPq, desde 1995. Desde 1985 contribui para a correta divulgação jornalística da ciência e presta assessoria científica a agências de fomento nacionais e internacionais; é revisor científico de revistas nacionais e estrangeiras, como Infect. Immun., Parasitol. Today, J. Immunol. e Blood. Entre 1989-94, esteve no Comitê Assessor de Doença de Chagas da OMS, Genebra, ajudando a fomentar a pesquisa na América Latina. Suas publicações contam índice de impacto médio por trabalho de 5.36, e um total de 560 citações na literatura, entre 1978 e junho de 1998 (Science Citation Index, ISI, EUA). O acadêmico é um imunologista celular, preocupado com o ensino de pós-graduação e com o futuro da pesquisa multidisciplinar em imunologia no Brasil. Considera que contribuiu para a imunologia brasileira, orientando a formação dos Drs. Alberto Nóbrega, Lígia Peçanha, Adriana Bonomo, Maria Bellio, Marcela Freitas Lopes e Marise Nunes. Completou 45 anos em 1998 e tem uma filha de 17 anos, Moema Costa dos Reis.