Helga Winge é bióloga, formada em História Natural (Bacharelado: 1956; Licenciatura: 1957), e Especialista em Biologia (1962) pela Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Doutora em Ciências (Genética) pelo Curso de Pós-graduação em Genética-UFRGS (1971). Ingressou na UFRGS como Auxiliar de Pesquisas, no Departamento de Genética, em 1958 e desde 1984 é Professora Titular, em regime de dedicação exclusiva. Foi Professora Assistente na Universidade de Brasília (1964-65). No período de 1967-69 foi bolsista (Research Assistant) no Zoology Department,University of Wisconsin, EUA. Desde 1976 é Pesquisador I-A do CNPq. É docente e orientadora de teses de Mestrado e de Doutorado no Curso de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular-UFRGS, desde 1971. Tem trabalhos publicados em revistas especializadas do País e do exterior, além de dois capítulos de livros e um livro publicados. De 1978 a 1980 foi Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular-UFRGS; membro (1974-78) e Vice-Coordenadora da Comissão de Carreira de Biologia-UFRGS (1977-78); foi membro de diversos colegiados e comissões na UFRGS, e, no período de 1964-65, na Universidade de Brasília-DF. Foi Vice-Coordenadora de um Comitê Assessor de Genética do CNPq (1975-77), Coordenadora do Comitê Assessor da área de Ciências Biológicas da FAPERGS (1990-92) e atua como assessora ad hoc do CNPq, FAPERGS, FACEPE e, eventualmente, de instituições da Argentina e Uruguai. Vem atuando como consultora ad hoc da Revista Brasileira de Genética, Ciência e Cultura, Ciência Hoje e outras, sendo membro do Corpo de Consultores da Revista Iheringia, Série Botânica, desde 1984; foi membro da Comissão Editorial da Editora da Universidade/UFRGS (1981-83,1983-85) e membro (1985-88) e Presidente (1976-85) da Comissão Editorial do Boletim do Instituto de Biociências-UFGRS. Foi Presidente do Conselho Regional de Biologia-3ª Região (1987-91), Vice-Presidente (1988-90) e 2ª Secretária (1982-84; 1994-96) da Sociedade Brasileira de Genética, Conselheira da SBPC (1983-87; 1993-97), Presidente e diversos cargos de Diretoria na Sociedade de Biologia do RS. É membro da Academia de Ciências de New York, desde 1995. Em 1981 recebeu a Ordem do Mérito Republicano, no grau de Dama Comendadora (“por mérito profissional, honra e dedicação à Ciência”) da Academia Brasileira de História e Legião do Mérito Histórico. Recebeu placas de prata da Sociedade de Biologia do RS (1983) e dos Sindicatos da Indústria do Mate dos Estados do RS, SC e PR (1995). Atualmente desenvolve pesquisas em duas linhas: 1. Genética e evolução de plantas neotropicais, com ênfase nos gêneros Ilex (família Aquifoliaceae): erva-mate e outras espécies, e Hordeum (Poaceae): cevadas nativas; 2. Genética, cultura de tecidos e transferência de DNA em plantas: cevada (cultivada), com ênfase em cultura de anteras e estudos sobre o processo androgenético e em embriogênese somática, com vistas à transferência de genes.
Área de Pesquisa: Ciências Biológicas
Ernst Friedrich Günter Klesper
Ernst Friedrich Günter nasceu em 8 de dezembro de 1927 em Colônia, Renânia do Norte-Vestfália, República Federal da Alemanha. Filho de Ernst Ferdinand e Maria (Wüllwerath) Klesper. Graduou-se em Química pela Universidade de Hamburgo (1951), onde também realizou o doutorado (1954).
Fernando Dias de Avila Pires
Em 1954 iniciou sua carreira como estagiário do Museu Nacional, Rio de Janeiro, quando ainda estudante do Curso de História Natural da Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras, trabalhando com João Moojen, que exerceu uma profunda influência na sua formação. No ano seguinte, transferiu-se para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da então Universidade do Distrito Federal (hoje UERJ), cujo curso noturno permitia que continuasse a trabalhar no Museu. Em 1955 recebeu bolsa de iniciação científica da recém criada CAPES e do Conselho Nacional de Pesquisas, optando por esta última.
Em 1957 publicou, no Boletim do Museu Nacional, um trabalho sobre taxonomia e nomenclatura de cervídeos neotropicais, o primeiro de uma série sobre este grupo zoológico. No mesmo ano foi contratado como pesquisador da Universidade do Brasil.
No ano seguinte realizou a primeira excursão científica, acompanhando Lauro Travassos, do Instituto Oswaldo Cruz, a Belém.
A John Simon Guggenheim Memorial Foundation proporcionou-lhe os recursos para trabalhar durante dois anos, no American Museum of Natural History , do qual tornou-se Research Associate , para estudar coleções de mamíferos em museus e universidades norteamericanas.
Após o regresso ao Brasil, passou dois anos em Viçosa, como professor da recém criada Escola Nacional de Florestas, dois anos em Belo Horizonte, estabelecendo e dirigindo o Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais. Nesse período, presidiu a comissão de reforma do curso de História Natural. Também nessa época obteve seu doutorado na UNESP, incentivado por Paulo Sawaya e com o indispensável apoio logístico de Maria Aparecida Vulcano. Por quatro anos foi professor na UNICAMP e, durante seis, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1986 tornou-se Professor Titular da Escola Nacional de Saúde Pública, da FIOCRUZ, exercendo a Vice-Presidência da Fundação de 1991 a 1993. Neste mesmo ano passou a integrar o Departamento de Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz.
Como mastozoólogo, publicou sobre taxonomia, zoogeografia e ecologia dos roedores e primatas. Por indicação de Moojen, trabalhou como consultor da organização Panamericana da Saúde para peste bubônica, no Peru. Com Mario Beaurepaire Aragão visitou focos de peste no Brasil. Esta atividade despertou seu interesse por outras zoonoses que têm mamíferos como reservatórios ou vetores, como a doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose, raiva e certas arboviroses amazônicas. Desde 1968 esteve envolvido em programas de pós-graduação, coordenando vários, orientando teses de mestrado e doutorado, participando de bancas e ministrando cursos em diversas universidades no Brasil, Peru, Chile, França, Bélgica e Suécia.
Também a partir de 1968 participou de congressos no Brasil e exterior, na qualidade de membro de diversas associações e comissões profissionais, sendo sócio fundador das Sociedades de Mastozoologia da Argentina e da Venezuela.
Além de ter editado o Boletim do Museu de História Natural da UFMG e os Cadernos de Saúde Pública da FIOCRUZ, publicou cerca de 100 artigos em periódicos, traduções e revisões, dois livros sobre ecologia médica (um no México) e um relato de experiências e reflexões sobre o ensino de pós-graduação.
Talvez o melhor sumário de sua biografia seja a frase de S. Peller, epidemiólogo austríaco: “I never remained in one place long enough to become a slave of routine, and I have not moved from one point to another as a climber. […] I have been a free-lance scientist at all times”.
Francisco José Barrantes
Diretor do Laboratório de Neurobiologia Molecular do Instituto de Pesquisa Biomédica, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica da Argentina; “Investigador Superior” – categoria de pesquisa de classificação mais alta no Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET) da Argentina (1994 até hoje).
Francisco Mauro Salzano
Suas investigações científicas se iniciaram com pesquisas em Drosophila, mas após um estágio de pós-doutorado, por um ano, no Departamento de Genética Humana da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, Estados Unidos (1956-1957) dedicou-se ao estudo da Genética Humana, que desenvolve até hoje. Além disso, colaborou em investigações envolvendo pastagens nativas do Rio Grande do Sul, trigo, roedores, gado e primatas não-humanos. Atualmente (1997) orienta uma dissertação de Mestrado sobre felinos da América do Sul. Com relação ao Homo sapiens foram investigadas características normais e patológicas em um grande número de populações de todos os grupos étnicos, especialmente indígenas. Essas pesquisas envolveram diversos níveis, como o molecular (DNA e proteínas), citológico (variação normal e aberrações cromossômicas), fisiológico (anemias hereditárias e outros processos patológicos) e comportamental (variáveis da inteligência e da personalidade, distúrbios de linguagem, incesto). Preocupado com problemas da comunidade, por muitos anos manteve um Serviço de Aconselhamento Genético, inteiramente gratuito, e assessorou a justiça em casos de determinação de paternidade. No plano administrativo foi Chefe da Seção de Genética (1963-1968) e Diretor (1968-1971) do Instituto de Ciências Naturais, bem como Chefe do Departamento de Genética do Instituto de Biociências (1973-1975) da UFRGS. Foi também Presidente da Sociedade Brasileira de Genética (1966-1968), Secretário-Geral da “International Association of Human Biologists”(1974-1980), Vice-Presidente da “International Union of Anthropological and Ethnological Sciences” (1978-1983; 1983-1988), Vice-Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1977-1979; 1993-1995) e Presidente da “Asociación Latinoamericana de Antropologia Biológica” (1990-1992). Foi ou é membro do corpo editorial de 17 periódicos científicos; é atualmente Editor Internacional de Human Biology, publicada em Detroit, e é membro da Comissão Consultiva de Peritos em Genética Humana da Organização Mundial de Saúde (1964-até a presente data).