40-abertura.jpgO I Seminário Internacional Scientific American Brasil – Ciência e Sociedade, realizado na Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, reuniu cientistas, divulgadores de ciência e jornalistas para falar a um auditório lotado sobre o conservadorismo e posições retrógradas que estão em alta, inclusive sobre ciência, numa fase de crise mundial de valores.
Na abertura, o representante da Scientific American Brasil, Alfredo Nastari, destacou a crise de representação política pela qual o país está passando. Em sua opinião, as decisões fundamentais no país deveriam estar baseadas no conhecimento, mas o que se tem visto são políticas pautadas na negação das evidências, o crescimento do obscurantismo e da manipulação política. “A ciência está falhando em falar com o cidadão. Precisamos ampliar nossos horizontes”, ressaltou Nastari, que é jornalista e arquiteto. Ele trabalhou na Editora Abril, Duetto Editorial e Editora Segmento, assim como foi diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, professor de produção editorial da Escola de Comunicação e Artes da USP, diretor da Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER) e professor do Instituto Europeu de Design (IED).
O físico e Acadêmico José Goldemberg, presidente do Conselho Superior da Fapesp, declarou que a Fundação tem o maior interesse em eventos que discutam estes temas, envolvendo público leigo. “Não adianta falar para os convertidos”, disse ele, referindo-se aos cientistas, jornalistas especializados em ciência e estudantes das áreas. Ele diz que a ciência paulista está ainda em situação melhor do que a dos outros estados em função da luta de pesquisadores como Caio Prado Júnior e Mário Schenberg, que conseguiram a garantia de 0,5% do PIB do estado para atividades de ciência e tecnologia, taxa que depois dobrou para 1%. “É só por isso que estamos em melhor posição. Porque aqui também é difícil esclarecer as pessoas de outras áreas sobre a importância de se investir em ciência e tecnologia.”
O editor da Scientific American (SciAm) Brasil Pablo Nogueira colocou em destaque, então, as perguntas que mobilizaram o encontro: A quem interessa o descrédito da ciência? Quem se beneficia com o crescimento do movimento criacionista, ou de negação das mudanças climáticas ou anti-vacinas? Quais os interesses destes grupos? Como isso ameaça a democracia? Colocadas as questões, iniciaram-se as sessões. Saiba mais nas matérias abaixo:
Quem tem medo do pensamento científico?
A ciência que não se afirma
Ciência e mídia: exemplos inspiradores