Leia matéria de Bruno Bucis para Metrópoles, publicada em 16 de fevereiro:

O Polo Norte enfrenta um derretimento acelerado nos últimos anos. Segundo projeções publicadas em janeiro na revista Nature Communications Earth & Environment, é esperado que a última zona de gelo permanente do Ártico derreta em julho de 2035.

Afinal de contas, isso significa que a terra do Papai Noel vai deixar de ter gelo para sempre? Quais impactos o derretimento desta zona terá para as diversas espécies que dependem do gelo e do frio para sobreviver? Como o fenômeno pode afetar o restante do mundo?

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Apesar da área extensa, o território é pouco povoado, justamente pelo clima inóspito, concentrando menos de 150 mil habitantes. Nos últimos anos, porém, a região passou a sofrer um progressivo aumento da exploração econômica.

O glaciologista Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), afirma que estamos vivendo uma acelerada transformação na região.

“Temos visto que a cada verão a cobertura de gelo do Ártico está menor e esta é a zona com maior aquecimento proporcional do mundo — até três vezes maior do que algumas regiões do globo. A tendência é clara: o gelo está derretendo mais rápido”, diz Simões.

De acordo com o especialista em zonas de gelo permanente, isso ocorre por que o terreno sem gelo absorve mais energia do sol do que a neve, que tende a refleti-la de volta. Então quanto menos neve há, mais a água e a terra absorvem calor, gerando um ciclo maior de aquecimento.

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E se o Polo Norte derretesse para sempre?

Com o degelo progressivo, espécies como ursos polares e focas-aneladas ficam com a sobrevivência ameaçada. O desaparecimento do gelo marinho, habitat essencial para esses animais, poderia provocar um colapso da biodiversidade da região, além de afetar o mundo como um todo.

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Estima-se que, até o ano de 2100, o nível global dos oceanos suba cerca de 30 centímetros com o derretimento permanente do gelo do Polo Norte. O aumento global pode ultrapassar um metro nas décadas seguintes, com impactos até no Brasil.

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É possível evitar?

“Se nada for feito e esse aquecimento levar ao derretimento do gelo marinho, inclusive durante o inverno, é claro que o processo pode tomar uma direção incontrolável. Se a temperatura global continuar subindo, a sobrevivência em geral fica ameaçada”, afirma Simões.

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Leia a matéria na íntegra, aberta, no site Metrópoles.