Leia matéria de Bruno Bucis para o site Metrópoles, publicada em 11 de fevereiro:
No dia 11 de fevereiro, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, mas especialistas apontam que, apesar dos avanços no Brasil, a comemoração ainda é modesta. A representatividade feminina segue sendo um desafio na ciência e, nos últimos anos, sofreu uma queda no ritmo que, até antes, parecia tender à equidade de gêneros.
Apesar dos avanços em relação à perspectiva histórica, a participação feminina na ciência brasileira ainda enfrenta barreiras significativas, segundo a biomédica e professora Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Ela destaca que retrocessos recentes, como os observados nos Estados Unidos, mostram que a luta por igualdade de gênero na pesquisa está longe de terminar.
No Brasil, a pandemia agravou a situação, com muitas mulheres tendo de abandonar suas pesquisas para se dedicarem ao cuidado da família ou a profissões financeiramente mais interessantes.
“O impacto da pandemia foi muito relevante para as mulheres, e a produção científica delas caiu muito mais do que a dos homens nesse período, significando que estar em casa foi muito mais uma ‘função feminina’ do que dos dois, e houve um retrocesso. E isso leva tempo [para consertar]. Vínhamos caminhando bem, aí voltamos para trás, mas vamos lutar para progredir cada vez mais”, completa ela.