É quase impossível termos a “teoria de tudo”, ou seja, termos aquele conjunto de leis básicas que explicam tudo ao nosso redor, sem exceção. Em toda a teoria que os cientistas conseguem elaborar sempre fica faltando algo: contudo, pode-se dizer que, se existe algo que esteja próximo a uma “teoria do tudo”, esse algo será a chamada “Mecânica Quântica”.
Consideradas a maior conquista da mente humana, as ciências quânticas estão neste ano comemorando o seu centenário e por essa razão a UNESCO resolveu declarar 2025 o “Ano Internacional das Ciências e Tecnologias Quânticas”, sendo que nos dias 4 e 5 do próximo mês de fevereiro ocorrerá, na sede da UNESCO, em Paris, o lançamento desta comemoração, tudo se conjugando para que seja um evento grandioso com palestras, mesas redondas e exposições alusivas ao tema. O Prof. Luiz Davidovich, ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), representará o Brasil, participando como presidente de uma das mesas redondas programadas.
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A física quântica é uma teoria que nasceu para explicar os átomos e as moléculas e como se chegou às propriedades atuais da matéria em geral, sendo que hoje esta teoria está enraizada, por exemplo, na química, na biologia e na engenharia, com o foco de estabelecer os princípios fundamentais para explicar a natureza de tudo que existe ao nosso redor e que tem como base como as partículas da natureza se comportam como ondas com oscilações temporais e espaciais. O cientista são-carlense, [Acadêmico] Vanderlei Bagnato, comenta que demorou aos cientistas cerca de cem anos para chegarem a dominar de forma satisfatória estes princípios, havendo ainda muito para descobrir.
Mais recentemente, o entendimento humano sobre estes conceitos evoluiu tanto, que usando tais propriedades existe a capacidade de transmitir melhor e de forma mais segura todo o tipo de informações, além de se poderem criar computadores mais poderosos que os atuais. Os fenômenos quânticos estão crescendo de tal forma e adquirindo tanta importância que o mundo inteiro está se mobilizando em esforços científicos para fazer a melhor utilização das tecnologias quânticas.
O entusiasmo entre os jovens pesquisadores é muito grande e o desejo de que as barreiras técnicas existentes sejam vencidas e permitam a escalabilidade daquilo que tem sido feito através de demonstrações em pequena escala, tem movimentado um grande volume de recursos e promovendo um avanço da área.
No IFSC/USP, diversos pesquisadores trabalham em desenvolvimento, tanto promovendo avanços teóricos quanto experimentais, e, em alguns casos, o conhecimento quântico é que move as tecnologias mais modernas. O relógio atômico que se encontra em uma das áreas do IFSC/USP e que marca o pioneirismo no Brasil, é a mola propulsora para diversas tecnologias, como o GPS, que permite usar diversas ferramentas de localização e navegação, sendo também um instrumento quântico que se baseia nas propriedades quânticas dos átomos para medir o tempo, que cria as bases de toda a moderna telecomunicação com um poder gigantesco na transmissão de dados e informações.
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*O autor é jornalista profissional/correspondente para a Europa pela GNS Press Association / EUCJ – European Chamber of Journalists/European News Agency) – MTB 66181/SP