Leia artigo do Acadêmico Wanderley de Souza*, publicado no Monitor Mercantil em 22 de janeiro:
Ao longo de muitos anos (desde o descobrimento até 1950) a atividade científica em laboratórios brasileiros não contou com um apoio organizado por parte do governo. Algumas iniciativas importantes e com impacto na ciência mundial ocorreram em algumas instituições governamentais, entre as quais destaco o Instituto Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro (criado inicialmente em 1900 como Instituto Seroterápico e transformado em 1908 no Instituto Oswaldo Cruz, que hoje integra a Fundação Oswaldo Cruz) e vários institutos no estado de São Paulo, como o Instituto Agronômico de Campinas (criado em 1887), Instituto Butantã (1901), Instituto Biológico (1927) e o Instituto Adolpho Lutz (1940). A atividade de pesquisa realizada nessas instituições era financiada principalmente com recursos orçamentários próprios e algumas doações de pessoas físicas.
A criação de órgãos federais voltados especificamente para o apoio à pesquisa científica surgiu em decorrência de atividades da Academia Brasileira de Ciências (criada em 1916) e que teve participação importante na criação, em 1951, de instituições como o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e da Coordenação de Apoio a Pessoal de nível Superior (Capes). Essas duas agências constituem, ainda hoje, alicerces fundamentais para o apoio à pesquisa científica e a formação de recursos humanos altamente qualificados em cursos de pós-graduação.
Importante ainda destacar a criação de um fundo para o desenvolvimento tecnológico no âmbito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e em seguida a criação da Financiadora de Projetos (Finep), em 1967, e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT, criado em 1969), que tem a Finep como secretaria-executiva e que hoje constitui a maior fonte de financiamento à C&T no País.
Um fato marcante no apoio à atividade científica no país foi a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em 1960, e que tem sido vital para o crescimento da atividade científica e tecnológica em todas as instituições do estado de São Paulo. Este fato, aliado ao apoio às Universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp) e outras instituições, explica o fato de São Paulo liderar as atividades científicas no país e contar com importantes universidades, aqui incluindo as federais de São Paulo e de São Carlos, fazendo com que o Estado de São Paulo conte com um parque acadêmico de excelência.
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Wanderley de Souza é professor titular da UFRJ, membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Nacional de Medicina e da US National Academy of Sciences.
Leia o artigo aberto, na íntegra, no site do Monitor Mercantil