Leia matéria de Salvador Nogueira para Folha de S. Paulo, publicada em 8/10/2024:

Restringir somente à física o prêmio Nobel em Física deste ano, concedido por avanços da inteligência artificial, pode ser uma subestimação de sua importância. E quem faz essa avaliação é um físico, Adalberto Fazzio, diretor da Ilum Escola de Ciência do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
 
O prêmio deste ano para ciência da computação, inteligência artificial e aprendizado de máquina contempla todos os campos da ciência”, disse à Folha o pesquisador. “Na biologia, que cada vez mais está se tornando uma ciência quantitativa, o desenvolvimento é enorme. Na área de materiais, a aplicação de IA tem levado à descoberta de materiais e novas propriedades. Certamente o resultado dessas pesquisas em IA estão e continuarão impactando a economia mundial e o conhecimento de modo geral.”

Chama a atenção, na premiação, o rápido tempo de desenvolvimento entre os trabalhos mais elementares de ciência básica, conduzidos pelo americano John J. Hopfield, 91, e pelo britânico Geoffrey E. Hinton, 76, e suas aplicações cada vez mais sofisticadas e abrangentes.

“Isso passou inicialmente por um processo de modelagem física, biológica, de neurociência, que é entender os processos do cérebro, as sinapses, e isso por modelo, com sinapses artificiais, que transmitem a informação como pulsos elétricos”, diz [o membro afiliado da ABC 2024-2028] Gabriel Schleder, pesquisador do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do CNPEM e especialista em aplicação de aprendizagem de máquina para ciência de materiais, ao se referir ao trabalho de Hopfield. “E o segundo, Hinton, consegue ir além e fazer aplicações que resolvam problemas mais simples, tanto na área de linguagem, de processamento de áudio, como na área de visão, de entender imagens e processá-las.”

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