As principais teorias dizem que a vida começou na Terra há uns 3,8 bilhões de anos. Para efeito de comparação, nosso planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Mas como foi que isso aconteceu?
Primeiro, precisamos definir alguns conceitos. Um deles é a auto agregação espontânea de moléculas anfifílicas, que são constituídas por partes hidrofóbicas (que repelem a água) e hidrofílicas (que têm afinidade com a água). Essas moléculas podem se juntar de um jeito que, dependendo do pH do ambiente, formam vesículas.
Essas vesículas, que vêm de certos ácidos graxos, conseguem pegar outros componentes, crescer e até se dividir. Elas concentram diferentes substâncias em várias áreas, o que abre portas para a comunicação entre moléculas diferentes e para reações químicas que podem ser aceleradas com a ajuda de enzimas.
Pensando nisso tudo, a evolução química já contém, na Terra jovem, alguns dos elementos necessários para o surgimento da primeira célula. Experimentalmente, porém, nunca conseguimos reproduzir em laboratório a transição entre a matéria inanimada e a vida. É bem possível que seja super difícil, ou até impossível, simular as condições que deram origem à primeira protocélula.
Essa mudança de matéria inanimada para vida pode ter acontecido em ambientes como mares, entre pedras, em gêiseres ou em outros lugares da Terra primitiva. O consenso científico é que o confinamento em espaços muito pequenos foi fundamental para isso. Esse “nanoconfinamento”, como o que acontece dentro das vesículas, muda a maneira como as reações químicas acontecem e ajuda as moléculas a se unirem e crescerem, além de impedir que os produtos se espalhem e se diluam.
Então, esses produtos podem acabar formando macromoléculas e, talvez, dar início a uma forma de vida.
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