Há pouco mais de quatro anos, uma crise sanitária sem precedentes começava a tomar conta do Brasil. As transformações causadas pela pandemia de covid-19 foram intensas e atingiram toda a população – mas hoje ela é pouco lembrada e deixou de fazer parte do dia a dia. Para que o país não esqueça das mortes, dos momentos de sofrimento e das consequências brutais do descaso do governo, é preciso que a memória seja resgatada. Mas é também necessário pensar em que medidas devem ser tomadas para que a situação não se repita.

Um livro, que está sendo lançado hoje (30/08), serve como lembrança do período tenebroso – e traz reflexões sobre o perigo de atravessar uma crise dessa magnitude negando o conhecimento científico, como foi feito no Brasil. Não há mundo seguro sem ciência é o título da nova obra de Luiz Carlos Dias, químico, pesquisador da Unicamp e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Mais do que isso, Luiz foi uma das vozes que buscaram informar a população sobre o vírus e as medidas para evitá-lo. E que se levantaram para combater o negacionismo e as fake news, que vinham muitas vezes de atores políticos que deveriam agir para contê-la.

Por estar na linha de frente da guerra contra as informações falsas, Luiz foi capaz de mostrar a pandemia de covid por outro ângulo, escancarando o impacto do negacionismo e da desinformação na vida dos brasileiros. O livro, lançado pela editora Paraquedas, lista as principais fake news disseminadas no período e aborda temas como movimentos antivacina e o impulso dado pelo governo da época ao chamado “kit Covid” – que consistia de uma série de medicamentos ineficazes contra a doença. A obra cobre eventos desde o início da pandemia, em 2019, até o pós-pandemia, em 2024, trazendo ainda reflexões sobre como os cientistas podem combater a desinformação também nos dias atuais.

Mas a importância de Não há mundo seguro sem ciência não está apenas no valoroso trabalho de recuperação da memória. Luiz mostra, no livro e na entrevista que concedeu a Outra Saúde, que ainda é muito grande o risco trazido pelas redes de propagação de informações falsas e negacionismo. “Sem um combate eficaz a essa desinformação, estaremos sempre vulneráveis, não apenas a crises sanitárias, mas também às suas consequências sociais e políticas”, alerta o cientista. Esses grupos que disseminam fake news estão a postos para aproveitar cada nova crise que surge.

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Leia a entrevista completa no portal Outra Saúde.

Lançamento do livro “Não há mundo seguro sem ciência” na ABC