O Simpósio e Diplomação dos Membros Afiliados da ABC da Região Norte 2024-2028 foi realizado em Porto Velho, Rondônia, no dia 6 de agosto, na Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Na ocasião, apresentaram suas pesquisas, pelas quais foram eleitos, e receberão seus diplomas cinco cientistas de excelência, professores universitários dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Eles foram eleitos no final de 2023, empossados automaticamente em 1o de janeiro de 2024 e cumprirão o mandato entre os anos de 2024 e 2028.

O evento foi transmitido pelo canal da ABC no YouTube.


Conheça os Acadêmicos diplomados na ocasião!

Modelagem do desmatamento e degradação florestal
A engenheira florestal Aurora Miho Yanai Nascimento, pós-doutora no Inpa, desenvolve modelos que simulam o impacto da construção de rodovias na Amazônia.

 

 

 


Promovendo o manejo sustentável de florestas
A pesquisa da engenheira Karen Janones da Rocha na Unir abrange desde a produção de mudas até o manejo florestal, buscando otimizar processos e sustentar o crescimento de toda a cadeia produtiva da madeira.

 

 


Armazenando CO2 nas rochas
Pós-graduado em Ciência e Engenharia de Petróleo, Pedro Tupã Pandava Aum é professor na Universidade Federal do Pará e estuda o escoamento dos fluidos em rochas, cujas aplicações envolvem o processo de descarbonização por armazenamento geológico.

 


Ciência contra o fogo
A trajetória da engenheira Sonaira Silva, professora da UFAC que trabalha com o monitoramento de queimadas, mostra a importância da formação de cientistas na Amazônia.

 

 


Uma bióloga-engenheira na ABC
É assim que Verônica Scarpini, professora da UFPA e nova afiliada da ABC, se descreve. Ela combina os saberes das duas áreas para gerar inovação a partir da flora amazônica.

 

 


Abertura

A mesa de abertura foi composta Vice-Presidente da ABC para a região Norte, Adalberto Luis Val; a reitora da UNIR, Marília Lima Pimentel Cotinguiba; o presidente da Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (Fapero), Paulo Renato Haddad; e o presidente da Agência de Desenvolvimento de Porto Velho, Leandro Moreira Dill, que representou o prefeito na ocasião.

A reitora Marília Lima, anfitriã do evento, defendeu que é preciso incrementar os recursos para a pesquisa na Amazônia. Ela lembrou que a UNIR está espalhada por toda Rondônia, com campi separados por mais de mil quilômetros. “Temos cientistas realizando pesquisa de ponta espalhados por toda essa região, mas a assimetria de recursos ainda é grande. Até para nos locomovermos a demanda por recursos é grande, enquanto muitos editais ainda privilegiam o Sul e Sudeste”, disse.

Leandro Dill lembrou da importância de financiar a formação de recursos humanos e valorizar os cientistas do estado. “É só por meio de pesquisa e inovação que alcançaremos o desenvolvimento sustentável”, defendeu.

O presidente da Fapero, Paulo Haddad, também criticou a assimetria de recursos e a falta de uma visão de desenvolvimento científico e tecnológico para que o estado não seja apenas produtor de commodities. “Sempre dão a desculpa de que não há projeto. Mas isso porque o modelo de projeto que querem não cabe na nossa visão de desenvolvimento econômico sustentável. Só através de CT&I a região será competitiva”, afirmou.

Por fim, o vice-presidente da ABC para a Região Norte, Adalberto Luis Val, histórico defensor da ciência na Amazônia, afirmou que a ABC está fazendo esforços de interiorização e por isso, mesmo com dificuldades logísticas, escolheu trazer Porto Velho para o ciclo de simpósios. “Temos que quebrar a maldição da linha de Tordesilhas, que ainda divide nosso país entre Atlântico e Interior. Do lado de lá são mais de 4 mil programas de pós-graduação, enquanto de cá são menos de 400. Do lado de cá recebemos apenas 4% dos investimentos em ciência. É um processo lento, mas estamos caminhando”.

A mesa que recepcionou os novos Acadêmicos: Paulo Haddad (Fapero), Adalberto Val (ABC), Marília Lima (UNIR) e Leandro Dill (ADPVH)
Niro Higuchi

O Acadêmico Niro Higuchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), proferiu a primeira palestra magna, intitulada “Proteger a Floresta Amazônica é preciso”. Ele afirmou que os serviços ambientais que a floresta provém precisam ser institucionalizados e regularizados. “Precisam ter nota fiscal. A floresta tem a capacidade de neutralizar toda a emissão global”, resumiu Higuchi.

A seguir, apresentaram suas pesquisas dois dos membros afiliados diplomados na ocasião. A primeira foi Aurora Yanai (Inpa), que falou sobre a predição do desmatamento na região Trans-Purus, o último grande remanescente de floresta na Amazônia brasileira. Depois dela, apresentou-se Sonaira Souza da Silva (UFAC), que abordou as queimadas e incêndios florestais no estado do Acre.

Patricia Bozza

A Acadêmica Patricia Bozza, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), fez a segunda conferência magna, intitulada “S20Brasil”. 2024, Ciência para a Transformação Mundial: Desafios da Saúde”, onde apresentou os trabalhos realizados no grupo de engajamento em ciência do G20, que esse ano esteve sob liderança do Brasil. O processo gerou um comunicado final que será levado à Cúpula do G20, em novembro. “Entre os alertas estavam os impactos das mudanças climáticas, como o aumento das queimadas, das secas e das enchentes, com efeitos graves na saúde humana”, afirmou.

Após a palestra magna, Karen Janones da Rocha falou sobre  a atuação do grupo de Recuperação de Ecossistemas e Produção Florestal (REProFlor) em Rondônia. A seguir, foi a vez do engenheiro Pedro Tupã Pandava Aum (UFPA) abordar alguns insights sobre os processos de dissolução de rochas carbonáticas e suas implicações para a indústria de energia, assim como para a mitigação das emissões de carbono.

A tecnologia de materiais e a inovação na Amazônia, por fim, foi o tema da engenheira Verônica Scarpini Candido (UFPA).

Diplomação dos Membros Afiliados da ABC 2024-2028

Thaisa Michelan

Teve início então cerimônia em si. Para saudar os novos membros afiliados, foi escolhida a professora de Ecologia da Universidade Federal do Pará Thaisa Michelan, afiliada de 2021. “Fazer parte da ABC me abriu muitas possibilidades, ganhei reconhecimento na comunidade da UFPA e visibilidade na mídia. Usem essa posição em benefício à área e a instituição de vocês”, sugeriu.

Então, a engenheira Karen Janones da Rocha fez uma saudação em nome dos novos Membros Afiliados. “Sabemos que fazer ciência na Amazônia não é fácil; no entanto, nossa determinação e paixão nos mantém resilientes. Estou feliz em ver o aumento no número de mulheres pesquisadoras na região, são uma fonte de inspiração para todas nós. Nossa missão é clara, contribuir com a ciência e impactar positivamente na vida das pessoas e na preservação das florestas”.

Assista ao evento na íntegra: