O S20, coletivo de pesquisadores de academias de ciências do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), apresenta nesta terça-feira (2) uma série de recomendações aos líderes políticos dos países integrantes da cúpula econômica. A mudança climática permeia os diversos eixos de análise dos cientistas, que alertam para o pouco uso de inteligência artificial para impulsionar a biodiversidade, e ainda, o perigo que o aquecimento global representa para a saúde da população mundial.

A partir de hoje, o grupo estará reunido no Rio de Janeiro para acertos finais da carta, um evento presidido pela Academia Brasileira de Ciências. Um Só Planeta teve acesso ao rascunho do documento, que traz as definições até então acordadas entre a comunidade científica do G20, podendo haver alterações na declaração final a ser divulgada.

Inteligência artificial “verde”

“O uso ético da IA ​​deve priorizar o bem-estar humano e a sustentabilidade ambiental”, afirma o documento. Na recomendação dos cientistas, as lideranças das maiores economias do mundo devem estar mais atentas ao papel da tecnologia ​​especialmente em áreas críticas como saúde, educação e mudanças climáticas.

Entre os riscos de uma exploração inadequada da IA, os pesquisadores alertam para o agravamento das desigualdades sociais, bem como o consumo significativo de energia e água necessário para apoiar centros de dados, onde ficam os computadores que processam as informações usadas por plataformas como o ChatGPT.

“Apesar de várias iniciativas, o progresso na utilização da IA ​​para o desenvolvimento sustentável tem sido limitado, indicando a necessidade de reavaliação e maiores esforços”, afirma a carta.

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São esperados na Cúpula do S20 representantes da África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Japão, Índia, Indonésia, Itália, México, Reino Unido, Turquia e a Academia Europeia, representando a União Europeia. Organizações científicas internacionais como a Parceria InterAcademias (IAP), Conselho Internacional de Ciência (ISC), Rede Interamericana de Academias de Ciências (IANAS), Associação de Academias e Sociedades de Ciências da Ásia (AASSA) e o Conselho Assessor das Academias Europeias (EASAC) também participam das discussões.