Leia artigo do Acadêmico Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional e editor chefe dos Anais da ABC:
O Museu Nacional/UFRJ, fundado em 6 de junho de 1818 pelo então regente de Portugal, D. João VI (1767-1826), e, certamente, com grande influência de quem viria ser a primeira imperatriz brasileira – Maria Leopoldina (1797-1826)-, acaba de completar 206 anos.
A data foi marcada por uma audiência pública em Brasília, na véspera, dia 5 de junho. Este evento ocorreu na Câmara dos deputados e teve uma boa participação, com falas diversas. Aliás, foi um dia um tanto complexo no Congresso Nacional, por outros motivos, como foi reportado na mídia, sendo que na sessão destinada a discussão dos desafios que estavam a frente da reconstrução do Museu transcorreu de forma exemplar.
A comemoração do aniversário ocorreu no parque da Quinta da Boa Vista no domingo, 9 de junho. E foi uma verdadeira festa! Céu claro, eventos culturais diversos – até mesmo uma roda de samba-, e comida para todos os gostos da Junta Local, repetindo a parceria já realizada em outras ocasiões. Claro que não faltaram as atividades científicas que ficou ao encargo do corpo social da instituição aniversariante, onde em diversas barracas as pessoas puderam matar um pouco as saudades do Museu Nacional: insetos, fósseis, artefatos arqueológicos, animais taxidermizados e muito mais! Até um iglu mostrando um pouco da atividade paleontológica que o Museu realiza na Antártica, através da busca de animais e plantas preservados nas rochas pelo projeto Paleoantar, financiado pelo CNPq!
Entre tantas atrações, um dos pontos mais altos foi a doação realizada por um menino de cinco anos! Arthur Alves Fadel, cuja família contribui mensalmente com o Museu através da SAMN (Associação dos Amigos do Museu Nacional), por iniciativa própria também quis fazer parte desse movimento e doou um cofrinho cheio de moedas! Além do diretor, quem estava presente para receber foi um outro menino, o Miguel Monné Sabino, filho da professora Marcela Monné, entomóloga do Museu. Não preciso nem dizer que a doação do pequeno Arthur será uma das peças que serão expostas quando o Museu reabrir!
Aliás, por falar em abertura, não tem como não estarmos preocupados. Como foi deixado claro na Audiência Pública, apesar das obras estarem em andando, se não houver um aporte considerável de recursos no corrente ano, teremos que parar todas as ações! Como ficou enfatizado no Congresso Nacional, é absolutamente necessária uma maior participação da Sociedade na reconstrução do Museu! E, neste sentido, nunca é demais ressaltar que a instituição pode captar recursos através de um PRONAC (233481), onde há incentivo fiscal para os doadores – empresas e particulares. A instituição também possui projeto cadastrado no ISS, no âmbito da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, onde empresas que pagam impostos no Rio podem participar.
Fato é que, se não forem encontrados recursos em tempo, não haverá como entregar o Museu Nacional/UFRJ. Veja as falas da Audiência Pública no site https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/72241.