Anderson de Oliveira Lobo nasceu em Taubaté, no estado de São Paulo, em 1980. Gostava de soltar pipa, jogar bolinha de gude, pescar e também futebol nos campos e na rua.

O pai trabalhava como ferramenteiro em indústrias como a Volkswagen, a Embraer e a Ericsson. Sua mãe trabalhava como professora substituta no ensino médio e quando ele fez 14 anos ela iniciou carreira em advocacia.

Ainda menino, Anderson já gostava descobrir coisas novas. Sempre perguntava às pessoas sobre o que faziam e por que desenvolviam essas atividades. No colégio, sempre gostou mais de matemática do que das outras disciplinas – muito mais. Gostava de fazer em casa os experimentos que aprendia nas aulas de ciências e ajudava os amigos da escola em matemática e ciências.

No ensino médio dizia que queria estudar medicina, mas sempre teve interesse no desenvolvimento de novos equipamentos e de fazer melhorias nos já existentes, de modo a auxiliar pessoas. Então, quando conheceu o primeiro curso do Brasil em engenharia biomédica, na Universidade do Vale do Paraíba (Univap), fez sua escolha. Logo no segundo ano, Anderson foi convidado por um professor de física para aprender espectroscopia e assim fez sua primeira incursão na pesquisa, por meio da iniciação científica.

Anderson identifica que a melhor coisa na sua graduação foi a formação multidisciplinar que recebeu. Seu bacharelado em engenharia biomédica foi todo baseado em metodologia ativa, com foco na realização de projetos de inovação.

No mestrado e no doutorado, realizados no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), mudou sua linha de pesquisa para síntese de nanomateriais carbonosos, para que fossem aplicados como biomateriais. Fez ainda um estágio de pós-doutorado em bioengenharia no programa Harvard-MIT Health Sciences and Technology, com bolsa da Fapesp.

“Sempre atuei de forma independente, ou seja, podendo fazer as escolhas dos métodos e técnicas aplicadas na minha formação de mestrado e doutorado. Diria que a pessoa mais importante em toda a minha formação de pós-graduação foi a minha mãe, pois ela sempre me motivou e apoiou em todas as etapas da minha carreira”, comentou o pesquisador.

Hoje como professor titular livre do Centro de Tecnologia (Graduação em Engenharia de Materiais) e coordenador geral de Infraestrutura de Pesquisa da Universidade

Federal do Piauí (UFPI), Anderson Lobo atua no desenvolvimento de biomateriais para aplicações na regeneração de tecidos humanos. “Busco modificar e/ou misturar materiais já aprovados na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e FDA [Food and Drug Administration / EUA] para uso em seres humanos vislumbrando melhorias nas propriedades biológicas, ou seja, favorecendo o processo de regeneração de tecidos. Utilizando técnicas de micro e nanofabricação, busco projetar biomateriais biomiméticos, ou seja, que sejam similares ao tecido a que será incorporado.”

Expoente em sua área de atuação, Anderson Lobo coordena ou cooordenou diversos projetos, como pesquisador principal, nos principais órgãos de fomento do Brasil, tais como a Finep, Fapesp, CNPq, Capes e Instituto Serrapilheira. Também atua como revisor de agências de fomentos nacionais e internacionais como a Fapesp, o CNPq e a Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência (JSPS).

Lobo também é sócio fundador da empresa New Hope Soluções em Pesquisa https://pi.programacentelha.com.br/es1/empresa/new-hope-solucoes-em-pesquisa-ltda, que é parceira da Incubadora de Empresas do Agronegócio Piauiense (Ineagro), na UFPI, incubada até 2022. O foco é a produção de um inoculado de células-tronco para terapias regenerativas animais e hidrogéis para insumos de pesquisas como recurso biotecnológico. Atua ainda como editor chefe associado de dois periódicos internacionais classificados como A1 na Capes: o International Journal of Nanomedicine e o Frontiers in Bioengineering and Biotechnology.

Anderson Lobo gosta da vida em família, com seus filhos. Morando em Teresina, que não tem praia, gosta de ir ao litoral pescar e confraternizar com amigos. Sobre o título de membro afiliado da ABC, o recebeu como uma responsabilidade de transmitir à sociedade a importância da ciência no crescimento econômico e sustentável. “Pretendo aproximar a academia da sociedade, despertando em jovens a importância da formação científica para o crescimento de uma nação.