Adriana Ribeiro Carneiro Folador nasceu em 1981, na cidade de Alenquer, no Pará. Ela passou a infância entre a cidade natal, Castanhal e Belém, todas no estado do Pará. Filha de pai taxista e de mãe bancária, Adriana cresceu cercada por seus três irmãos e muitos colegas de brincadeiras ao ar livre, fazendo coisas típicas de crianças que moram em cidades do interior.

No colégio, Adriana sempre gostou de química e biologia. Influenciada pela irmã mais velha, graduanda de medicina, tinha o sonho de ser médica desde criança, almejando ajudar as pessoas. Durante o ensino médio, porém, conheceu o curso de biomedicina e se apaixonou pela ideia de fazer descobertas que poderiam beneficiar a sociedade.

 Em 2003, Adriana ingressou na graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA). A cada semestre da graduação, a paixão pela ciência e pela pesquisa só crescia. Ela relata que, nos primeiros meses, fez alguns estágios de iniciação científica, transitando por diferentes laboratórios, buscando descobrir qual área tinha interesse em seguir. E foi como bolsista de iniciação científica no Instituto Evandro Chagas que ela se encontrou na carreira de pesquisadora. Ela destaca sua orientadora de iniciação científica e mestrado, Ana Cecília Ribeiro Cruz, como seu maior apoio dentre todos os pesquisadores excepcionais com que teve oportunidade de conviver, que a inspiraram e a incentivaram a seguir a carreira científica. Além disso, o tempo de estudo no Instituto Evandro Chagas lhe rendeu grandes aprendizados, muitos amigos e a chance de encontrar seu caminho na pesquisa científica.

Adriana concluiu a graduação em 2007, mesmo ano em que deu início ao mestrado em biologia de agentes infecciosos e parasitários, também na UFPA. Sua dissertação de mestrado foi desenvolvida no Instituto Evandro Chagas, na Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas, onde trabalhou em projetos de pesquisa na área de variabilidade genética do vírus da dengue. Em 2012, também na UFPA, Adriana Folador concluiu o doutorado em genética e biologia molecular. Ela desenvolveu pesquisa na área de bioinformática aplicada a montagem e anotação de genomas de micro-organismos a partir de dados de “Next Generation”, um novo modelo no sequenciamento de DNA e análise de dados. 

“As infecções por bactérias resistentes a antibióticos serão, em 2050, a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Por isso precisamos compreender melhor esse fenômeno da resistência antimicrobiana e procurar soluções para o problema”, explica Folador. Ela vem desenvolvendo pesquisas na área de genômica e transcriptômica de microrganismos causadores de patologias e aplicando seus estudos na área de resistência microbiana. Ela também realiza estudos de interação patógeno-hospedeiro para prospecção de novos alvos vacinais e/ou biomarcadores. 

Atualmente, Adriana Folador é professora adjunta da Faculdade de Biotecnologia da Universidade Federal do Pará e orientadora em três programas de pós-graduação: genética e biologia molecular, biotecnologia e biologia de agentes infecciosos e parasitários. 

Como reconhecimento da excelência de seu trabalho, a pesquisadora recebeu o prêmio Para Mulheres na Ciência 2019, promovido pela L’Oréal-Unesco-ABC, na área de ciências da vida. Além disso, Adriana Folador também é membro da Academia Paraense de Biomedicina. 

Sobre a carreira científica, o que mais encanta a cientista é a descoberta do novo e os desafios de gerar conhecimento novo. Ela se diz honrada de fazer parte da ABC: “Esse título de membro afiliado da ABC é um grande marco para a minha carreira de pesquisadora. Sinto-me realizada e ainda mais inspirada para seguir o meu caminho na ciência e poder continuar a contribuir com a sociedade.” 

Durante os momentos de descanso, a Acadêmica gosta de passar o tempo curtindo a família. “Meu filho tem seis anos e adoro participar de todos os momentos da vida dele”, disse. Além disso, Adriana Folador gosta de frequentar academia de ginástica, para manter a qualidade de vida e encontra nas músicas de meditação e/ou católicas seus principais momentos de relaxamento.